Edição 26 COMPLETA

Com satisfação entregamos às nossas leitoras e leitores a edição 26 da Outubro. Neste número, a análise da política contemporânea se combina a investigações teóricas e empíricas sobre os desafios do pensamento e ação crítica em diversos contextos.

Emannuel Barot e Damien Bernard entrevistam Stathis Kouvelakis sobre as recentes mobilizações francesas contra a austeridade, o Nuit Debout, e sua relação com o ciclo de lutas populares na Europa, em especial com o contexto político da Grécia. A entrevista ajuda o público brasileiro a se familiarizar com as questões enfrentadas hoje por ativistas, intelectuais e dirigentes políticos diante dos desdobramentos da crise econômica e política que há quase dez anos assola o continente europeu e o mundo.

A Outubro segue nesta edição a proposta de ampliar as contribuições que discutem o feminismo e a atividade política dos grupos subalternos. Neste sentido, republicamos a tradução do artigo de Nancy Fraser sobre a relação entre o movimento de mulheres e o neoliberalismo nas últimas décadas. Em seguida, apresentamos ao público a tradução inédita da crítica de Verônica Schild às ideias de Fraser a partir da trajetória feminista na América Latina.

Antonio Gramsci é o objeto de reflexão dos artigos de Bernardo Ricupero, Camila Góes e Demian Melo. Ricupero apresenta os elementos para uma agenda de pesquisa da comparação possível entre as ideias de Gramsci e Caio Prado Jr., explorando as proximidades entre as reflexões sobre a formação da sociedade italiana e brasileira, fundamentais para pensar as formas de nacionalização do marxismo em diferentes países.

Camila Góes desenvolve a presença das ideias e conceitos gramscianos no interior do pensamento crítico indiano que emerge na segunda metade do século XX com os Subaltern Studies. Em particular, discute as vicissitudes da apropriação do conceito de subalterno por diferentes intelectuais e evidencia os “acidentes” de percurso que o transformaram em um conceito polissêmico e permeado por tensões analíticas e teóricas.

O artigo de Demian Melo discute as interpretações do fascismo a partir dos escritos de Antonio Gramsci e Palmiro Togliatti. Seu objetivo é contrastar a historiografia contemporânea sobre o tema e o problema do “apoio social”, ou do consenso, na análise dos regimes fascistas.

Em seguida, Sydnei Melo explora os escritos de José Carlos Mariátegui sobre o Partido Popular Italiano, importante organização política católica surgida depois da I Guerra Mundial. Em sua investigação, recupera a atualidade de Mariátegui para pensar as dificuldades da autoridade católica em estabilizar um partido político próprio durante a profunda crise de representação vivida na Itália, bem como suas tendências dispersivas conservadoras e progressivas.

Em artigo de natureza teórica, João Leonardo Medeiros realiza o exercício de pensar os elementos fundamentais de uma hipotética ontologia da sociedade no pensamento de Karl Marx. Por fim, Fernando Pureza nos brinda com uma pesquisa documental sobre os “crimes da carne” dos anos 1950 em Porto Alegre. Pureza percorre os processos jurídicos e notícias da época para costurar um ambiente no qual a vida popular se expressa e se realiza ativamente, apesar de sua invisibilidade na historiografia e cultura oficial.

Não deixe de ler, ao final da edição, as resenhas dos livros de Bernard Eldelman, Eléni Varikas, Lucas Figueiredo e Valério Arcary.

A Secretaria de Redação gostaria de registrar e agradecer a colaboração, a partir esta edição, da doutoranda Camila Góes em sua equipe.

Boa leitura a todas e todos,

Secretaria de Redação

Revista Outubro

ACESSE AQUI O PDF DA APRESENTAÇÃO

Sumário

Artigos

Entrevista com Stathis Kouvelakis: o que vem agora para o Nuit Debout?

Emmanuel Barot (Université Toulouse Jean Jaurès, França),

Damien Bernard (Editor de política da revista Révolution Permanente)

O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história

Nancy Fraser (The New School, Estados Unidos).

Feminismo e neoliberalismo na América Latina

Verónica Schild (University of Western Ontario, Canadá)

Caio Prado Jr. e Antonio Gramsci: uma relação inexistente?

Bernardo Ricupero (Universidade de São Paulo)

Repensando a subalternidade: de Antonio Gramsci à teoria pós-colonial

Camila Góes (Universidade Estadual de Campinas)

Gramsci, Togliatti e o consenso sob o fascismo

Demian Melo (Universidade Federal Fluminense)

Mariátegui e os “populares”

Sydnei Melo (Universidade Estadual de Campinas)

Se Marx tivesse escrito uma ontologia da sociedade, quais seriam seus elementos fundamentais?

João Leonardo Medeiros (Universidade Federal Fluminense)

O crime da carne: a lei de economia popular e os açougueiros em Porto Alegre (1952-1959)

Fernando Pureza (Universidade Federal de Pelotas)

Resenhas

Arcary, Valério. O martelo da história: ensaios sobre a urgência da revolução contemporânea. São Paulo: Sundermann, 2016.

Por Michelangelo Torres (Universidade Estadual de Campinas)

Eldelman, Bernard. A legalização da classe operária. São Paulo: Boitempo, 2016.

Por Eliana Evangelista Batista (Universidade Federal da Bahia)

Figueiredo, Lucas. Lugar nenhum. Militares e civis na ocultação dos Documentos da Ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

Por Danillo Avellar Bragança (Pontifícia Universidade Católica – Minas Gerais)

Varikas, Eléni. A escória do mundo. Figuras do pária. São Paulo: Unesp, 2014.

Por Daniela Mussi (Universidade de São Paulo)

Summary

Articles

Interview with Stathis Kouvelakis: What’s next for the Nuit Debout?

Stathis Kouvelakis (King’s College, Inglaterra)

Feminism, capitalism and the cunning of History

Nancy Fraser (The New School, Estados Unidos).

Feminism and Neoliberalism in Latin America

Verónica Schild (University of Western Ontario, Canadá)

Caio Prado Jr. and Antonio Gramsci: an inexistent relationship?

Bernardo Ricupero (Universidade de São Paulo)

Rethinking subalternity: from Antonio Gramsci to Postcolonial Theory

Camila Góes (Universidade Estadual de Campinas)

Antonio Gramsci, Palmiro Togliatti and consensus under fascism

Demian Melo (Universidade Federal Fluminense)

Mariátegui and the “popolari”

Sydnei Melo (Universidade Estadual de Campinas)

Had Marx written an ontology of society, which would be their fundamental elements?

João Leonardo Medeiros (Universidade Federal Fluminense)

The so-called meat crime: the law on the “people’s economy” and the butchers in Porto Alegre (1952-1959)

Fernando Pureza (Universidade Federal de Pelotas)

Book reviews

Arcary, Valério. O martelo da história: ensaios sobre a urgência da revolução contemporânea. São Paulo: Sundermann, 2016.

By Michelangelo Torres (Universidade Estadual de Campinas)

Eldelman, Bernard. A legalização da classe operária. São Paulo: Boitempo, 2016.

By Eliana Evangelista Batista (Universidade Federal da Bahia)

Figueiredo, Lucas. Lugar nenhum. Militares e civis na ocultação dos Documentos da Ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

By Danillo Avellar Bragança (Pontifícia Universidade Católica – Minas Gerais)

Varikas, Eléni. A escória do mundo. Figuras do pária. São Paulo: Unesp, 2014.

By Daniela Mussi (Universidade de São Paulo)

Entrevista com Stathis Kouvelakis: o que vem agora para o Nuit Debout?


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Entrevista com Stathis Kouvelakis: O que vem agora para a Nuit Debout?

Resumo: Nesta entrevista para a revista Révolution Permanente, Stathis Kouvelakis discute o “estatismo autoritário” do governo francês, assim como as táticas e ideologias do movimento contra a proposta de flexibilização das leis trabalhistas na França e quais as lições que podem ser tiradas da experiência do SYRIZA na Grécia.

Palavras-chave: 1. Estatismo Autoritário; 2. França; 3. Grécia

Interview with Stathis Kouvelakis: What’s next for the Nuit Debout?

Abstract: In this interview to the magazine Révolution Permanente, Stathis Kouvelakis debates the “authoritarian statism” of the French government, as well as the tactics and ideologies of the movement against the proposal of flexibilization of the labor laws in France and which would be lessons drawn from the experience of SYRIZA in Greece.

Keywords: 1. Authoritarian Statism; 2. France; 3. Greece

O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história

Resumo: feminismo e neoliberalismo compartilham uma afinidade secreta? Neste artigo, a autora examina a cooptação das políticas de gênero pelo “novo espírito” do capitalismo pós-fordista, bem como analisa a subordinação da sua crítica radical a uma agenda neoliberal, que instrumentalizou as bandeiras da segunda onda do feminismo. É possível que um cenário pós-neoliberal ofereça perspectivas de mudança para a renovação do feminismo socialista?

Palavras-chave: 1. Feminismo; 2. Capitalismo; 3. Neoliberalismo

Feminism, capitalism and the cunning of History

Abstract: Do feminism and neoliberalism share a secret affinity? In this article the author examines the co-option of gender politics by the “new spirit” of post-Fordist capitalism, and the subordination of its radical critique to a neoliberal agenda, which instrumentalized the demands of the second-wave of feminism. Is it feasible that neoliberalism would provide prospects of change for a socialist-feminist renewal?

Keywords: 1. Feminism; 2. Capitalism; 3. Neoliberalism

Feminismo e neoliberalismo na América Latina


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Feminismo e neoliberalismo na América Latina

Resumo: Neste artigo, busca-se testar a hipótese de Nancy Fraser da existência de uma afinidade eletiva entre o feminismo e o neoliberalismo, tendo como referência as realidades materiais e culturais da América Latina, em especial a do Chile. O artigo argumenta que a emancipação feminista se vê envolvida com o projeto neoliberal, mas que este possui desdobramentos específicos e historicamente delimitados em cada contexto nacional. Explora-se a relação entre a busca das mulheres por emancipação na região e a regulação neoliberal, a partir das experiências dos feminismos latino-americanos. Esta abordagem busca a especificidade dos movimentos feministas na América Latina, suas características e dinâmicas compartilhadas, em contraposição à interpretação de que estes seriam formas derivadas das experiências norte-americanas.

Palavras-chave: 1. Feminismo, 2. Neoliberalismo, 3. América Latina.

 

Feminism and Neoliberalism in Latin America

Abstract: In this article we try to test Nancy Fraser’s hypothesis about the existence of an elective affinity between feminism and neoliberalism, having as a reference the material and cultural realities of Latin America, especially that of Chile. This article argues that the feminist emancipation is involved in the neoliberal project, but that it has specific and historically delimited consequences within each national context. We investigate the relation between the women’s search for emancipation in the region and the neoliberal regulation, based in the experiences of Latin American feminisms. This approach seeks the specificity of the Latin American feminist movements, their shared characteristics and dynamics, as opposed to the interpretation that they would be North-American-derived forms.

Keywords: 1. Feminism, 2. Neoliberalism, 3. Latin America.

Caio Prado Jr. e Antonio Gramsci: uma relação inexistente?


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Caio Prado Jr. e Antonio Gramsci: uma relação inexistente?

Resumo: Apesar do desconhecimento mútuo, Antonio Gramsci e Caio Prado Jr. fazem uso parecido do marxismo, entendido fundamentalmente como método para interpretar as formações sociais. Ambos traduzem as categorias do materialismo-histórico para analisarem a Itália e o Brasil, países que passaram por experiências históricas muito diferentes da Inglaterra da segunda metade do século XIX que Karl Marx analisou. Destacam, em especial, como seus países foram marcados pelo que se chamou de revoluções pelo alto. Levando isso em conta, o artigo compara a interpretação dos dois marxistas nas análises do desenvolvimento do capitalismo na Itália e no Brasil.

Palavras-chave: 1. Antonio Gramsci; 2. Caio Prado Jr.; 3. Marxismo

Caio Prado Jr. and Antonio Gramsci: an inexistent relationship?

Abstract: Despite their mutual unawareness, Antonio Gramsci e Caio Prado Jr. show a similar use of Marxism, essentially understood as a method to interpret the social formations. Both translate the categories of historical-materialism in order to analyze Italy and Brazil, which were countries that underwent historical experiences very different from the England of the second half of the 19th century as analyzed by Karl Marx. They highlight, particularly, how their countries were marked by what were called revolutions from above. Taking this into account, the article compares the interpretation of both Marxists in the analyses of the development of capitalism in Italy and Brazil.

Keywords: 1. Antonio Gramsci; 2. Caio Prado Jr.; 3. Marxism

Repensando a subalternidade: de Antonio Gramsci à teoria pós-colonial


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Repensando a subalternidade: de Antonio Gramsci à teoria pós-colonial

Resumo: Ao longo das últimas duas décadas, a chamada “teoria pós-colonial” alcançou considerável visibilidade nos círculos acadêmicos. É claro o caráter precursor que os Subaltern Studies assumem neste complexo campo de conhecimento. O coletivo indiano começou como uma intervenção na historiografia indiana, fortemente relacionado com as ideias marxistas, principalmente as de Antonio Gramsci, e se transformou, ao longo do tempo, numa parte inerente da crítica pós-colonial. Neste artigo, buscaremos refletir sobre esse movimento do grupo subalternista e as consequências políticas da noção de subalterno desenvolvida neste âmbito.

Palavras-chave: 1. Subalternidade; 2. Antonio Gramsci; 3. Teoria pós-colonial.

Rethinking subalternity: from Antonio Gramsci to Postcolonial theory

Abstract: Over the past two decades, the so-called “post-colonial theory” achieved considerable visibility in academic circles. It is clear the pioneering character that Subaltern Studies assume in this complex field of knowledge. This Indian collective body began as an intervention in Indian historiography, closely related to Marxist ideas, especially those of Antonio Gramsci, and has become, as time passed by, an inherent part of postcolonial critique. In this article, we seek to reflect on this movement of the subalternist group and on the political consequences of the subaltern notion in this field.

Keywords: 1. Subalternity; 2. Antonio Gramsci; 3. Postcolonial theory.

Gramsci, Togliatti e o consenso sob o fascismo: notas historiográficas


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Antonio Gramsci, Palmiro Togliatti e o consenso sob o fascismo

Resumo: Desde os anos 1970 a historiografia do fascismo tem investigado a questão do consenso conseguido pelos regimes instituídos na Itália e na Alemanha no entre-guerras. Renzo De Felice é considerado o autor que introduziu esta temática num dos volumes da biografia, escrita por ele, de Mussolini. O propósito deste artigo é o de discutir como, antes deste autor, os dirigentes comunistas italianos Antonio Gramsci e Palmiro Togliatti discutiram a capacidade do fascismo produzir o consenso, recorrendo especialmente aos Cadernos do Cárcere de Gramsci e ao curso lecionado por Togliatti em Moscou em 1935.

Palavras-chave: 1. Fascismo; 2. Antonio Gramsci; 3. Palmiro Togliatti

Antonio Gramsci, Palmiro Togliatti and consensus under fascism

Abstract: Since the 1970s the historiography of fascism has investigated the issue of the consensus reached by the regimes established in Italy and Germany in the interwar period. Renzo De Felice is considered the author who introduced this theme in one of the volumes of his biography of Mussolini. The purpose of this article is to discuss how, prior to this author, the Italian communist leaders Antonio Gramsci and Palmiro Togliatti had discussed fascism’s capability to produce consensus, using especially Gramsci’s Prison Notebooks and the course taught by Togliatti in Moscow in 1935.

Keywords: 1. Fascism; 2. Antonio Gramsci; 3. Palmiro Togliatti

Mariátegui e os populares


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Mariátegui e os “populares”

Resumo: José Carlos Mariátegui viveu na Itália entre 1919-1923, onde desfrutou intensa atividade política e cultural, fortalecendo suas convicções socialistas. Entre os diversos temas que abordou nos textos em que escreveu no período, um deles foi a respeito da atuação política dos católicos, organizados em torno do Partito Popolare Italiano. O presente artigo apresenta esta reflexão desenvolvida pelo Amauta, ressaltando as tensões políticas existentes entre os socialistas e os popolari, bem como as sequelas do ascenso fascista para a organização política e partidária dos católicos na península itálica.

Palavras-chave: José Carlos Mariátegui; 2. Religião; 3. Política

Mariátegui and the “popolari”

Abstract: José Carlos Mariátegui lived in Italy between 1919-1923, where he enjoyed intense political and cultural activity, strengthening his socialist convictions. Among the different topics he dealt with in the texts that he wrote in that period, one was about the political actions of the Catholics, organized around the Italian Popular Party. This article presents this reflection as developed by the Amauta, highlighting the political tensions between the socialists and the popolari, as well as the consequences of the Fascist rise for the political and party organization of Catholics in Italian peninsula.

Keywords:  José Carlos Mariátegui; 2. Religion; 3. Politics

Se Marx tivesse escrito uma ontologia da sociedade, quais seriam seus elementos fundamentais?


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Se Marx tivesse escrito uma ontologia da sociedade, quais seriam seus elementos fundamentais?

Resumo: Embora inspirados por motivações muito diferentes, György Lukács (na sua Ontologia do Ser Social) e Roy Bhaskar (em The Possibility of Naturalism) explicitaram os contornos mais relevantes da ontologia subjacente à teoria social de Marx. O artigo propõe-se a apresentar alguns dos elementos definidores de tal ontologia, destacando particularmente as seguintes determinações: a teleologia, que distingue a atividade humana; o conhecimento e o valor como determinações objetivas da sociedade; o caráter estruturado do mundo social; a categoria da totalidade; e a historicidade, caracterizada a partir da noção de lei como tendência, da categoria do desenvolvimento e do desenvolvimento desigual.

Palavras-chave: 1. György Lukács; 2. Marxismo; 3. Ontologia

 

Had Marx written an ontology of society, which would be their fundamental elements?

Abstract: Although inspired by very different motivations, Geörgy Lukács (in his Ontology of Social Being) and Roy Bhaskar (mainly in The Possibility of Naturalism) attempted to unveil the key elements of the ontology underlying in Marx’s social theory. This article aims to present some of the defining elements of such an ontology, highlighting the following determinations: teleology, which is unique to human activity; knowledge and value taken as objective determinations of society; the structured character of the social world; the categories of totality; and historicity, characterized by the notions of law (understood as a tendency), development and unequal development.

Keywords: 1. György Lukács; 2. Marxismo; 3. Ontology

O crime da carne: a lei de economia popular e os açougueiros em Porto Alegre (1952-1959)


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

O crime da carne: a lei de economia popular e os açougueiros em Porto Alegre (1952-1959)

Resumo: O presente artigo pretende analisar os impactos da “lei de economia popular” de 1951 no mercado de carnes de Porto Alegre. Para isso, o trabalho tem como foco os processos criminais que envolviam os açougueiros e clientes procurando assim relacionar os dados econômicos de consumo de carne com questões referentes às relações sociais estabelecidas entre os sujeitos históricos. Concebendo o mercado porto-alegrense de forma substanciada e amparado nas leituras de Thompson (1998, 2005) e Wood (1994), pretendo demonstrar aqui como certas práticas comerciais e comunitárias eram amparadas por trabalhadores – e como as ações policialescas no âmbito da “economia popular” esbarravam nessas práticas.

Palavras-chave: 1. Açougueiros; 2. Economia popular; 3. E. P. Thompson

 

The so-called meat crime: the law on the “people’s economy” and the butchers in Porto Alegre (1952-1959)

Abstract: This paper will analyze the impact of the “people’s economy law” of 1951 in the meat market in Porto Alegre. In order to that, this work has focused in the criminal lawsuits that involved butchers and their customers trying to relate the economic data on meat consumption and issues related to the social relations established between the historical subjects. Conceiving Porto Alegre’s market in a substantial way and based in readings of Thompson (2005, 1998) and Wood (1994), I intended to show how certain commercial and communitarian habits were supported by the workers – and how the police proceedings within the “people’s economy” field usually clashed with these habits.

Key-words: 1. Butchers; 2. Popular economy; 3. E. P. Thompson.