Resumo: O objetivo deste artigo é situar em perspectiva histórica a violência que caracteriza o padrão de luta de classes na Colômbia contemporânea, com o propósito de compreender os dilemas enfrentados pelo processo de paz iniciado em 2012 entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), em Havana. Minha hipótese é que a análise do caso colombiano explicita de maneira paradoxal os constrangimentos à mudança democrática na América Latina, evidenciando o caráter antinacional, antidemocrático e antipopular das classes dominantes no continente. Sintetizado pela disjuntiva entre prolongar a luta armada sujeitando toda a oposição à criminalização, ou depor as armas expondo-se ao extermínio, o dilema colombiano explicita os entraves à via burguesa para a formação da nação. Nesta realidade, o debate entre reforma ou revolução redunda em uma disjuntiva entre contrarrevolução permanente ou nação.
Palavras-chave: 1. Colômbia; 2. Processo de Paz; 3. Contrarrevolução
Violence in Colombia in historical perspective
Abstract: The purpose of this article is to situate in historical perspective the violence that singles out the pattern of class struggle in contemporary Colombia, intending to understand the dilemmas faced by the peace process started in 2012 between Juan Manuel Santos’ government and the FARC in Havana. My hypothesis is that the Colombian case reveals in an extreme way the constraints to democratic change in Latin America, making explicit the anti-national, anti-democratic and anti-popular character of the ruling classes in the continent. Summed up by the disjunctive between prolonging the armed struggle exposing every opposition to state criminalization, or lay down arms exposing itself to extermination, the Colombian dilemma makes explicit the obstacles to a bourgeois path of the nation building process. In this reality, the debate between reform and revolution results in a disjunctive between permanent counter-revolution and the nation.
Keywords: 1. Colombia; 2. Peace processes; 3. Counter-revolution