Essa edição encerra um ciclo de onze edições da Outubro publicadas exclusivamente online. Foram cinco anos de muito trabalho que envolveu a progressiva formação de um coletivo de redação cotidiano, centenas de autores e autoras e dezenas de milhares de leitores e leitoras no Brasil e internacionalmente.

O ciclo 2014-2019 não foi puro acaso para nossa revista. Nesses anos atualizamos nossa pauta editorial, incorporando de maneira pioneira em nosso campo as agendas de pesquisa relacionadas aos temas de gênero, racismo e crítica cultural. 

Demos passo também no sentido de absorver a temática ambiental e LGBT. Nos últimos cinco anos, trabalhamos com afinco para continuar a introduzir ao público brasileiro as mais avançadas investigações a respeito da formação da classe trabalhadora; das lutas democráticas ao redor do mundo; e, por fim, do pensamento e ação que enfrentaram de maneira popular e radical as sucessivas crises do modo de produção capitalista, ontem e hoje.

A edição n. 33 segue o mesmo caminho. O artigo de Salvatore Cingari investiga os usos do termo “populismo” por Antonio Gramsci, como forma de contribuir com o debate contemporâneo sobretudo a partir da reativação da discussão por Ernesto Laclau. 

Giovana Marcelino enfrenta as “linhagens” do pensamento feminista para apresentar as contribuições específicas da corrente marxista, do “Feminismo para os 99%”, ao universo diverso e contraditório dos estudos de gênero.

Em seguida, César Figueiredo analisa a contribuição específica de Lênin para o modelo partidário que se convencionou denominar posteriormente por partido marxista-leninista. Em seguida, questiona em que medida este influente “modelo” foi fiel às ideias daquele que lhe deu nome ao longo do século XX. 

Higor Codarin, por fim, apresenta seus achados de pesquisa das organizações políticas que optaram pela luta armada para enfrentar a ditadura civil-militar. Analisando a Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB/MR-8), Gonçalves reconstrói o impacto da revolução cubana e das revoltas estudantis de 1968 pelo mundo sobre as consolidação da luta armada como estratégia para realização da revolução brasileira.

Não deixe de ler as resenhas ao final deste número.

Vida longa à educação e pesquisa públicas!

Secretaria de Redação

Revista Outubro

ACESSE O PDF

Sumário

Artigos

Populismo e nacional-popular

Salvatore Cingari

Università per Stranieri di Perugia (Itália)

Feminismo e a renovação do marxismo

Giovanna Marcelino 

Universidade de São Paulo (Brasil)

O partido marxista-leninista: contribuições teóricas e dilemas históricos  

César Alessandro Sagrillo Figueiredo

Universidade Federal do Tocantins (Brasil)

Influxos teóricos na luta armada: a Dissidência Comunista da Guanabara (DI-GB/MR-8)                                      

Higor Codarin

Universidade Federal Fluminense (Brasil)

Resenhas

HOBSBAWM, Eric. Viva la revolución: a era das utopias na América Latina. Organização: Leslie Bethell. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. 

Por Bernardo Geraldini

GOMES, Flávio dos Santos. Mocambos e Quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil. São Paulo: Ed. Claro Enigma, 2015.

Por Jair Gonçalves

MARKUS, G. Marxismo e Antropologia. O Conceito de “essência humana” na filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular, 2015.

Por Filipe Leite Pinheiro