Para compreender a recolonização do Haiti


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Franck Seguy

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Resumo: A reflexão proposta nas páginas a seguir pretende argumentar a tese de que as políticas internacionais aplicadas nas sociedades onde vigem intervenções estrangeiras, como no caso do Haiti, não podem de modo algum acarretar nem o desenvolvimento, nem a democracia que conclamam, ou mesmo sequer a recuperação da soberania nacional das sociedades em questão. C om efeito, toda a problemática enraíza – se ao redor de um fato comprovado pela história das relações internacionais: na política e nas relações internacionais, a soberania nunca é adquirida uma vez para sempre; ela se merece. E no caso do Haiti, o critério para ter direito ao respeito da comunidade internacional – tratada aqui como Internacional Comunitária – sempre pareceu ser a aptidão à ocidentalização. Assim, para apoiar a nossa tese, a argumentação será desenvolvida em duas partes. A primeira examinará as intervenções estrangeiras realizadas no Haiti durante a sua história e a sua vida de povo, e tentará questionar a concepção de mundo que serve de pano de fundo àquelas intervenções. O segundo estudará a última intervenção da ONU em curso no Haiti desde 2004, e analisará particularmente documentos oficiais recentes que têm proclamado claramente a sua ambição de desenvolvimento do Haiti. Isso deverá permitir captar a essência da liberalização econômica desejada para o Haiti

Palavras – chave: 1. Haiti. 2. Internacional Comunitária . 3 . Intervenção estrangeira. 4 . Zonas Francas .

Understanding recolonization in Haiti

Abstract: The reasoning proposed in the following pages aims to develop the thesis that the international policies applied in societies, such as in Haiti, in which foreign interventions are in force, can not, by any means, lead neither to development nor democracy as they claim to do, not even to the recovery of the national sovereignty of the societies in case. Actually, all the issue is rooted i n a fact demonstrated by the history of international relations: in politics and in international relations, sovereignty is never achieved once and for all; it is always being deserved. And in the case of Haiti, the criterion to have the right being respec ted by the international community – dealt with here as Communitarian International – has always seemed to be the aptitude to Westernization. Thus, in order to support our thesis, the argumentation will be divided in two parts. The first one will examine t he foreign interventions accomplished in Haiti during its history and its life as a people, and will try to question the worldview that underlies those interventions. The second one will study the last intervention of the NU, which has been conducted since 2004, and will particularly analyze recent official documents that have clearly proclaimed their goal of developing Haiti. This will enable to perceive the essence of the economic liberalization aimed at for Haiti

Keywords: 1. Haiti. 2. Communitarian Int ernational. 3. Foreign intervention. 4. Free Zones