A crise estrutural do capital


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Resumo: Vivemos na era de uma crise histórica sem precedentes. Sua severidade pode ser medida pelo fato de que não estamos frente a uma crise cíclica do capitalismo mais ou menos extensa, como as vividas no passado, mas a uma crise estrutural, profunda, do próprio sistema do capital. Como tal, esta crise afeta — pela primeira vez em toda a história — o conjunto da humanidade, exigindo, para esta sobreviver, algumas mudanças fundamentais na maneira pela qual o metabolismo social é controlado.

Palavras-chace: 1. Crise; 2. Capitalismo; 3. Marxismo

EDIÇÃO 03

O conteúdo desse número da revista Outubro é marcado pela problemática da crise contemporânea e seus desdobramentos, bem como das estratégias da esquerda socialista brasileira diante de tal processo. Robert Brenner, autor do livro A economia da turbulência global (a sair pela editora Record), nos oferece um artigo cuja estrutura do argumento encontra-se expressa na sobrecapacidade e superprodução da industria em escala mundial. Brenner que se notabilizou pelos seus trabalhos de história econômica e, em particular, sobre a transição do feudalismo ao capitalismo, nos faz agora faz um claro convite à reflexão e ao debate sobre a crise econômica atual, em uma perspectiva marxista. Roberto Leher, por sua vez, analisa a política educacional do Banco Mundial para países subalternos e seus impactos no direcionamento do sistema educacional brasileiro. Sobre o tema da “Nova Esquerda”, Ricardo Antunes apresenta e analisa a “Terceira Via” inglesa a partir da reestruturação do Partido Trabalhista, sob a liderança de Tony Blair. Dando continuidade aos estudos sobre a natureza das sociedades soviéticas, Michel Löwy relembra Trotsky e Bernardo Cerdeira, polemizando com este, reflete sobre as relações entre bolchevismo e stalinismo.

O Dossiê sobre o futuro das esquerdas, produzido após a última derrota eleitoral de Lula para FHC, sintetiza, em grande medida, a análise sobre as estratégias e propostas necessárias à recomposição do campo socialista no país. Contando com a participação de expressivas lideranças do movimento sindical e partidário (Edmundo Fernandes Dias, Walter Pomar, Valério Arcary, Luciana Genro e Durval de Carvalho), esta seção da revista apresenta ao público e à militância, um sugestivo quadro das divergências e convergências que perpassam o debate e a prática dos revolucionários brasileiros.

O leitor conta, ainda com a já tradicional seção de resenhas.

Por tudo isso, desejamos a todos uma boa leitura.

 

Sumário

A crise emergente do capitalismo mundial: do neoliberalismo à depressão?

Robert Brenner (UCLA, Estados Unidos)

 

Um novo senhor da educação? A política educacional do Banco Mundial para a periferia do capitalismo

Roberto Leher (UFRJ)

 

A “Terceira Via” de “Tory” Blair: a outra face do neoliberalismo inglês

Ricardo Antunes (Unicamp)

 

Leon Trotsky, um profeta da Revolução de Outubro

Michel Löwy (CNRS, França)

 

Bolchevismo e stalinismo: um velho debate

Bernardo Cerdeira

 

O possível e o necessário: as estratégias das esquerdas

Edmundo Fernandes Dias (Unicamp)

 

O Rubicão petista

Valter Pomar (USP)

 

Cinco anotações provocativas sobre a urgência de um debate

Valério Arcary (Cefet-SP)

 

Esquerda pra que te quero?

Luciana Genro e Roberto Robaina

 

Em busca do fim do túnel

Durval de Carvalho

 


RESENHAS

O possível e o necessário: as estratégias das esquerdas


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Resumo

O processo da Revolução Russa expressou, durante décadas, no ideário e nas práticas das classes trabalhadoras, a alternativa ao capitalismo. Depois de várias décadas de confusão, um sem número de direções e organizações de esquerda, de diversas matizes, acabaram por fazer um giro e afirmar justo o contrário, sem dar-se conta da operação ideológica que “sustenta” essa mudança de “análise” e de práticas. Apartir daí, parte das esquerdas vêm proclamando a impossibilidade de uma alternativa real ao capitalismo e construindo suas táticas e estratégias a partir dessa constatação.

Palavras-chave: 1. Revolução Russa; 2. socialismo; 3. estratégia

EDIÇÃO 02

Sumário

Reforma agrária no Brasil: a intervenção do MST e a atualidade do programa de transição

Canrobert Costa Neto (UFRRJ)

 

Aprendendo a curvar-se: pós-fordismo e determinismo tecnológico

John Holloway (UAP, México) e Eloína Peláez (UAP, México)

 

Velhas ideologias para a “nova esquerda”. Tarso Genro e o revisionismo contemporâneo

Ruy Braga (Unicamp)

 

Teoria (dialética) do partido ou a negação da negação leninista

Hector Benoitv (Unicamp)

 

O marxismo como teoria “finita”

Louis Althusser

 

Stanilismo e capitalismo: “a disciplina do açoite”

Márcio Bilharinho Naves (Unicamp)