RESENHAS EDIÇÃO 14


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Revista Outubro – Edição 14 – Resenha

François Chesnais (org.). A finança mundializada:
raízes sociais e políticas, configuração, conseqüências.
São Paulo: Boitempo, 2005.
por Eleutério F. S. Prado

Antonino Infranca. Trabajo, individuo e historia: el concepto de trabajo em Lukács.
Buenos Aires: Herramienta, 2005.
por Tatiana Fonseca Oliveira

Maria Cecília Manzoli Turatti. Os filhos da lona preta: identidade e cotidiano em acampamentos do MST.
São Paulo: Alameda, 2005.
por Luciana Aliaga

João Bernardo. Democracia totalitária.
São Paulo: Cortez, 2004.
por Ronan Gomes Gonçalves

EDIÇÃO 13 COMPLETA

Durante o 4º Colóquio Marx e Engels, realizado em novembro de 2005, a revista Outubro promoveu um Encontro Nacional, aberto a todos os membros de seu Conselho Editorial, colaboradores e amigos. Na ocasião, foram discutidos seu projeto editorial e a composição do Conselho Editorial. Os presentes destacaram a importância da revista no âmbito do pensamento marxista brasileiro e discutiram sua posição singular, marcada por um pluralismo no campo da investigação marxista e uma identidade política definida. Aberta às várias vertentes do marxismo teórico, Outubro definiu desde seu nascimento um perfil político claro. Já em seu manifesto de apresentação, publicado no número 1, a crítica ao capitalismo era, também, uma crítica das tradições social-democratas e stalinistas que prevaleceram no campo da esquerda. O Encontro destacou esse perfil político e a necessidade de atualizá-lo incorporando à agenda da revista a crítica à experiência de governo do Partido dos Trabalhadores. Ao mesmo tempo, foi ressaltado o caráter aberto da revista às várias tradições do marxismo revolucionário e reafirmada a independência e a sua autonomia perante as diferentes organizações políticas da esquerda.

O Encontro também discutiu a autonomia financeira da revista. Para manter sua independência e auto-sustentação, torna-se cada vez mais importante a ampliação do número de colaboradores. A revista já consolidou seu espaço, principalmente entre jovens pesquisadores e professores das universidades brasileiras e pode fazer essa expansão preservando e incrementando, ao mesmo tempo, a qualidade dos artigos publicados. Com esse propósito foram incorporados ao Conselho Editorial Ariovaldo Santos (UEL), Carlos Cesar Almendra (Fundação Santo André), Fernando Ferrone (cientista social), Henrique Amorim (Unicamp), Jadir Antunes (Unioeste), José dos Santos Souza (UESB) e Virginia Fontes (UFF). Também foram ratificados os nomes que haviam sido incorporados ao Conselho depois do Encontro anterior: Carlos Zacarias F. de Sena Júnior (UNEB), Eleutério Prado (FEA/USP), Eurelino Coelho (UEFS), Felipe Abranches Demier (historiador-RJ) e Frederico Costa (UFC).

O número 13 da revista outubro traz dois provocativos artigos internacionais. O professor da Universidade de Amsterdan, Guglielmo Carchedi, discute os modos de manifestação das crises do capitalismo, a direta repercussão destas sobre os trabalhadores e a ineficácia das alternativas keynesianas. Charchedi é autor de Class analysis and social research (Blackwell, 1987) e de For Another Europe: a class analysis of European economic integration (Verso, 2001), obras nas quais tem insistido na importância da análise de classe para a compreensão dos processos sócio-econômicos contemporâneos. Guillermo Foladori, da Universidade Autônoma de Zacatecas (México) traz, mais uma vez, o debate ecológico para as páginas da revista Outubro. Foladori discute o paradoxo presente nas análises marxistas sobre a questão ecológica: se as relações sociais capitalistas são as responsáveis pela degradação ambiental, como alguns autores argumentam, por que a depredação e poluição da natureza nos ex-países socialistas foram iguais, ou ainda piores, que nos países capitalistas?

Esboçar uma investigação que permita a caracterização adequada de um novo modo de produzir no interior do modo de produção capitalista, denominado de pós-grande indústria é o objetivo do provocativo artigo de Eleutério F. S. Prado. Para tal seu autor se debruça sobre a análise das formas de subsunção do trabalho ao capital e da constituição do valor como trabalho abstrato medido pelo tempo nos diferentes momentos do modo de produção capitalista. A seguir, Felipe Abranches Demier compara os estudos de Francisco Weffort e Octavio Ianni sobre o populismo brasileiro com as análises de Leon Trotsky a respeito dos novos regimes que surgiram na América Latina nos anos 1930. Por meio dessa comparação, destaca a semelhança existente entre as formulações do revolucionário russo e os trabalhos dos dois cientistas sociais brasileiros. O artigo de Alvaro Bianchi, por sua vez, discute o conceito de barbárie. A principal característica desta seria a destruição massiva das forças produtivas do trabalho, e não a reversão de um projeto iluminista idealizado. Concebida desse modo, a barbárie passa a fazer parte do cotidiano do capitalismo contemporâneo.

Dois curtos comentários, de autoria de Valério Arcary e João Machado, a respeito da crise política no Brasil, completam a seção de artigos. Sobre estes dois comentários faz-se necessário um esclarecimento. Não se trata, como o leitor facilmente pode constatar, de análises acadêmicas da presente situação política. Seus autores expressam, de modo engajado, diferentes visões a respeito das transformações da esquerda brasileira após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Com a publicação desses textos, a revista Outubro pretende não apenas contribuir para a compreensão da presente crise, como, também, trazer aos seus leitores diferentes posições críticas a seu respeito no âmbito da esquerda.

Índice

 

Políticas keynesianas e crises: suas implicações para os trabalhadores

Guglielmo Carchedi (University of Amsterdam, Holanda)

 

Degradação ambiental no socialismo e no capitalismo

Guillermo Foladori (UAZ, México)

 

Uma nova fase do capitalismo ou um novo modo de produção capitalista?

Eleutério F. S. Prado (USP)

 

Trotsky e os estudos sobre o populismo brasileiro

Felipe Abranches Demier (UFF)

 

Progresso e barbárie: as armadilhas da ciência na contemporaneidade

Alvaro Bianchi (Unicamp)

 

Alea jacta est: desafios da reorganização da esquerda depois do Delúbiogate

Valério Arcary (IFSP)

 

A crise de 2005 e a social-liberalização do PT

João Machado (PUC-SP)

 

Resenhas

Luciano Vasapollo (Coordenador), Mauro Casadio, Rita Martufi, Sérgio Cararo. A Europa do Capital: transformações do trabalho e competição global. São Paulo: Xamã, 2004, por Leonardo André Paes Muller

Valério Arcary. As esquinas perigosas da história. São Paulo: Xamã 2004, por Sérgio Lessa

Marcos Del Roio. O raio e os prismas: Gramsci e a fórmula política da frente única. São Paulo: Xamã, 2005, por Cláudio Reis.

Referência: Revista Outubro, n. 13, 2005.

RESENHAS EDIÇÃO 13


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Revista Outubro – Edição 13 – Resenha

Luciano Vasapollo (Coordenador), Mauro Casadio, Rita Martufi, Sérgio Cararo. A Europa do Capital: transformações do trabalho e competição global. São Paulo: Xamã, 2004, por Leonardo André Paes Muller

Valério Arcary. As esquinas perigosas da história. São Paulo: Xamã 2004, por Sérgio Lessa

Marcos Del Roio. O raio e os prismas: Gramsci e a fórmula política da frente única. São Paulo: Xamã, 2005, por Cláudio Reis.

EDIÇÃO 12 COMPLETA

Três são os temas que cruzam a edição da revista Outubro que o leitor tem agora em mãos: as transformações do capitalismo contemporâneo, as contra-reformas do governo Lula da Silva e a teoria marxista da política. Discutindo o primeiro desses temas, estão Bob Jessop, da Lancaster University (Inglaterra) e Thomas Coutrot, economista e conselheiro científico da Association pour la Taxation des Transactions pour l’Aide aux Citoyens (Attac-França). Jessop, submete à análise rigorosa as apologias da hegemonia estadunidense na nova ordem mundial, levadas a cabo por Manuel Castells, Michael Hardt e Antonio Negri, compreendidas como celebrações de direita e de esquerda da nova economia e do Estado em rede associados ao capitalismo global contemporâneo. Coutrot, por sua vez, discute a influência cada vez maior dos mercados financeiros nos processos de organização da produção e do trabalho dentro das empresas. Como conseqüência, destaca, por um lado, a forte fragmentação do salariado e a perda de poder dos movimentos sindicais em seus segmentos menos organizados e, por outro, a formação de contra-poderes à lógica da financeirização que podem caracterizar uma nova resposta à incursão do mercado na produção: os fóruns sociais.

O governo Lula da Silva é analisado em artigos de autoria de Edmundo Fernandes Dias e Antonio de Pádua Bosi, a respeito do projeto anunciado de reforma sindical e trabalhista, e de Marcelo Badaró Mattos, sobre a reforma universitária. Embora escritos antes da presente crise política esses artigos tem em comum o forte viés crítico, característica dos estudos sobre o governo do Partido dos Trabalhadores publicadas na revista Outubro.

A teoria marxista da política é tema tratado por Carlos Zacarias F. de Sena Júnior e Eurelino Coelho, autores que a partir deste número passam a integrar o Conselho Editorial da revista. Sena Junior apresenta o debate marxista sobre a transição e a ruptura com base na categoria de “situação revolucionária”. Por sua vez, Coelho analisa de textos produzidos por autores vinculados às organizações políticas que vieram a compor, na década de 1990, o chamado campo majoritário do PT para discutir a mudança de significado operada sobre algumas categorias teóricas gramscianas, com ênfase para a de hegemonia. Completa a revista um conjunto de resenhas sobre importantes lançamentos no âmbito da pesquisa marxista.

O Conselho Editorial da revista Outubro aproveita o lançamento deste número para convidar todos os seus colaboradores para participarem do 4º Colóquio Marx e Engels, de 8 a 11 de novembro de 2005 no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Organizado pelo Centro de Estudos Marxistas (Cemarx), o Colóquio consolidou-se como um espaço aberto e estimulante de discussão do marxismo em suas múltiplas manifestações. Trata-se do evento acadêmico mais importante no âmbito do marxismo brasileiro. Informações sobre a programação podem ser obtidas na página do Cemarx (www.unicamp.br/cemarx). Durante o Colóquio a revista Outubro realizará seu Encontro Nacional, para discutir os rumos da revista e a composição de seu Conselho Editorial.

Sumário

 

Capitalismo informacional e império: a celebração pós-marxista da hegemonia dos Estados Unidos

Bob Jessop (Lancaster University, Inglaterra)

 

Organização do trabalho e financeirização das empresas: a experiência européia

Thomas Coutrot (ATTAC, França)

 

Estado, capital, trabalho e organização sindical: a (re)construção das classes trabalhadoras no Brasil

Edmundo Fernandes Dias (Unicamp) e Antonio de Pádua Bosi (Unioeste)

 

Mais do mesmo: a contra-reforma do ensino superior de Lula e Tarso Genro

Marcelo Badaró Mattos (UFF)

 

Ousaremos vencer? Transição e ruptura no debate marxista sobre a revolução

Carlos Zacarias F. de Sena Júnior (Uneb)

 

Outra hegemonia: sobre algumas leituras petistas de Gramsci e suas reviravoltas

Eurelino Coelho (UEFS)

 

Resenhas

José Paulo Netto. Marxismo Impenitente. Contribuição à história das idéias marxistas. São Paulo, Cortez, 2004, por Daniel Romero.

Giorgio Baratta. As rosas e os Cadernos: o pensamento dialógico de Antonio Gramsci. Rio de Janeiro: DP&A, 2004, por Marcos Del Roio

Guillermo Palácios. Campesinato e escravidão no Brasil: agricultores livres pobres na Capitania Geral de Pernambuco (1700-1817). Brasília: Universidade de Brasília, 2004, por Denis Bernardes

Murilo Leal. À esquerda da esquerda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004, por Carlos Bauer

Referência: Revista Outubro, n. 12, 2005.

Ousaremos vencer? Transição e ruptura no debate marxista sobre a revolução


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Resumo: O início do século XXI proporcionou aos ativistas e militantes socialistas de todo o mundo a necessidade imperiosa de se interpretar os últimos acontecimentos envolvendo diversos países e populações que, sob o impacto depressões extremas, romperam o aparente marasmo em que estavam mergulhadas e ganharam as ruas em processos que permanecem em curso. Sob a violenta pressão da realidade, o que assistimos nos últimos anos foi, no plano ideológico, a ruína das verdades erigidas pelo neoliberalismo e sua fraseologiado fim da história e, no plano da realidade objetiva, o retorno à cena das massas populares enfurecidas após décadas de miséria, guerras, fome e exploração.

Palavras-chave: 1. Marxismo; 2. Revolução; 3. Século XXI

Outra hegemonia: sobre algumas leituras petistas de Gramsci e suas reviravoltas


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Resumo: Com o governo Lula ficou mais evidente que os projetos políticos dos grupos dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) haviam sofrido uma significativa reviravolta. Circulou rapidamente, pelos meios de comunicação, a idéia de que o PT no governo diferia radicalmente do PT na oposição. Entretanto, ao contrário do que se tornou quase um lugar-comum, o processo de mudança teórica e programática desenvolveu-se bem antes da eleição de Lula em 2002.

Palavras-chave: 1. PT; 2. Governo Lula; 3. História

RESENHAS EDIÇÃO 12


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Revista Outubro – Edição 12 – Resenha

José Paulo Netto. Marxismo Impenitente. Contribuição à história das idéias marxistas. São Paulo, Cortez, 2004, por Daniel Romero.

Giorgio Baratta. As rosas e os Cadernos: o pensamento dialógico de Antonio Gramsci. Rio de Janeiro: DP&A, 2004, por Marcos Del Roio

Guillermo Palácios. Campesinato e escravidão no Brasil: agricultores livres pobres na Capitania Geral de Pernambuco (1700-1817). Brasília: Universidade de Brasília, 2004, por Denis Bernardes

Murilo Leal. À esquerda da esquerda. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004, por Carlos Bauer