Gramsci, América, América Latina


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Gramsci, América, América Latina

Resumo: Ao contrário do tema Americanismo, que recebeu extensivo tratamento nos Quaderni del carcerede Antonio Gramsci, pouca atenção seu autor deu aos conceitos de América e América Latina. O artigo reconstrói a reflexão gramsciana sobre estes dos conceitos, mostrando como eles são discutidos tendo como referencia a Europa. Com relação à América, o marxista sardo reflete a respeito da possibilidade desta expressar uma nova forma civilizacional na qual os intelectuais encontravam-se enraizados no mundo industrial. A América latina, por sua vez, constituiria um caso particular no qual uma Kulturkampfainda não teria se desenvolvido plenamente e predominariam intelectuais tradicionais vinculados ao clero e às castas militares. Por fim, o artigo mostra como para Gramsci a presença na América e na América Latina de grupos subalternos – negros e indígenas – cujas culturas não poderiam ser reduzidas de modo simples à cultura europeia tornavam mais complexa a investigação sobre a questão política dos intelectuais e a formação dos modernos Estados nacionais.

Palavras-chave: 1. Antonio Gramsci; 2. América; 3. América Latina

Gramsci, America, Latin America

Abstract: Unlike the Americanism theme, which received extensive treatment in the Quaderni del carcere, Antonio Gramsci expended little attention to the concepts of America and Latin America. The article reconstructs Gramsci’s reflection on these concepts, showing how they are discussed with reference to Europe. With regard to America, the Sardinian Marxist reflects on the possibility of expressing a new civilizational form in which the intellectuals were rooted in the industrial world. Latin America, in turn, would be a particular case in which a Kulturkampfwould not yet have developed fully and traditional intellectuals linked to clergy and military castes would predominate. Finally, the article shows how for Gramsci the presence in Latin America and Latin America of subaltern groups – blacks and Indians – whose cultures could not be simply reduced to European culture, configured the research on the political question of intellectuals in more complex field and reoriented to the study of the formation of modern nation-states.

Keywords:1. Antonio Gramsci; 2. America; 3. Latin America

Revolução passiva e crise de hegemonia no Brasil contemporâneo


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Revolução passiva e crise de hegemonia no Brasil contemporâneo

Resumo: Este artigo busca refletir sobre o fenômeno do lulismo e sua crise a partir de certas categorias desenvolvidas por Antonio Gramsci nos Cadernos do Cárcere. Inicialmente, remete-se à noção de revolução passiva e ao debate aberto por Carlos Nelson Coutinho sobre a utilidade deste conceito para interpretar os primeiros governos de Luiz Inácio Lula da Silva. Em seguida, busca-se especificar qual o tipo de revolução passiva convém destacar para compreender o lulismo, em especial o que permite entendê-lo como uma forma de atualização do capitalismo no Brasil. Em seguida, passa-se à noção de crise de hegemonia e crise orgânica, argumentando serem mais úteis para pensar ao momento político atual, caracterizado pela combinação da crise em sua forma política e econômica.

Palavras chave: 1. Lulismo; 2. Revolução Passiva; 3. Crise Orgânica.

 

Passive revolution and crisis of hegemony in contemporary Brazil

Abstract: This article aims to reflect about the phenomenom of lulism and its crisis, based on certain categories developed by Antonio Gramsci in his Quaderni del Carcere. At first, we refered to the notion of passive revolution and to the debate opened by Carlos Nelson Coutinho about the usefulness of this concept to interpret the first governments of Luiz Inácio Lula da Silva. Next, we aimed to specify which type of passive Revolution we should highlight in order to understand lulism, especially the one that allows understanding it as a way of updating capitalism in Brasil. Lastly, we got into the notion of crisis of hegemony and organic crisis, by arguing they are more useful to think about the current political moment, which is characterized by the combination of a crisis in its political and economic forms.

Keywords: 1. Lulism; 2. Passive Revolution; 3. Organic Crisis.

Lincoln, Marx e a guerra civil nos Estados Unidos


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Alvaro Bianchi

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Resumo: Contrariando analises que tendem a mistificar o apoio de Karl Marx ao presidente norte – americano Abraham Lincoln, o presente artigo procura expor o caráter contraditório dessa relação. Para tal analisa o conjunto de escritos de Marx e Friedrich Engels sobre os Estados Unidos. Em uma primeira parte apresenta a visão geral que ambos tinham sobre a guerra civil, o apoio que deram na guerra ao Norte contra os escravocratas do Sul e a defesa de uma segunda revolução, capaz de emancipar trabalhadores escravos e livres. Em uma segunda parte, o artigo discute a opinião desses autores com relação a Lincoln e seu governo, destaca os limites que percebiam nas instituições dos Estados Unidos e a pressão que procuraram exercer no movimento abolicionista e o no próprio presidente em direção à guerra revolucionária

Palavras – chave: 1. Guerra civil norte – americana; 2. Karl Marx . 3. Abraham Lincoln

Lincoln, Marx and the Civil War in America

Abstract: In contrast to the analyses that tend to mystify Karl Marx’s support to the Unites States President Abraham Lincoln, this article attempts to expose the contradictory nature of this relationship . Therefore, it analyzes Marx and Engels’ writings on the United States. In the first part, the article presents the overall view of both authors about the American civil war, th eir support to the Northern combatants against the Southern slaveholders and their proposal of a second revolution that could emancipate slaves and free workers. In the second part, the article discusses Marx and Engels’ opinion regarding Lincoln and his Government, especially the limitations they perceived in the American institutions and the pressure they sought to exert on the abolitionist movement and on the president himself toward a revolutionary war

Keywords: 1. American Civil War; 2. Karl Marx. 3. Abraham Lincoln.

1968 e depois: os estudantes e a condição proletária


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Resumo: Com  muita  freqüência,  é  possível  encontrar   análises  sobre o  Maio  de  68  que  advogam  a  idéia  de  que  as  lutas  estudantis  do  final  dos  anos 1960 teriam, na verdade, preparado a sociedade francesa para o advento do neoliberalismo. Argumentamos nesse artigo que o verdadeiro sentido dessas análises consiste  em  recalcar  o  trauma  representado  pela  aliança  operário-estudantil  na maior greve geral da história européia. Assim, analisamos os vínculos entre as greves operárias e a agitação estudantil buscando compreender as razões profundas da convergência de dois mundos, aparentemente, tão distantes quanto as fábricase as universidades, em um mesmo movimento de luta e contestação.

Palavras-chave: 1. Maio de 1968; 2. Trabalho; 3. Juventude; 4. Socialismo

Democracia e revolução no pensamento de Marx e Engels (1847-1850)


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Resumo: Utilizado pela primeira vez por Karl Marx em A questão judaica (1843), o conceito de revolução permanente indicava o caráter ininterrupto da mudança política e social na Alemanha. Inspirado nas transformações políticas e sociais ocorridas na França entre 1789 e 1793, o conceito procurava dar conta de uma situação na qual, ao contrário daquela que lhe serviria como fonte de inspiração, a emancipação política deveria ser precedida pela emancipação social para se realizar. A relação existente entre democracia e revolução, subjacente a esta problemática, ocupará a atenção de Marx e Engels nos anos imediatamente anteriores às revoluções de 1848 e 1849 na Europa. É a partir dessas experiências revolucionárias europeias que Marx retomará, em 1851, a ideia de revolução permanente, procuranto, através deste conceito descrever a relação existente entre revolução democrática e revolução social no processo de transformação social. O objetivo do presente trabalho é discutir o processo de construção de uma crítica marxiana da democracia e o lugar ocupado nessa crítica pelo conceito de revolução permanente.

Palavras-chave: 1. Democracia; 2. Revolução; 3. Revolução permanente

 

Democracy and permanent revolution in Marx and Engels’ thought (1847-1850)

Abstract: Firstly used by Karl Marx in the Jewish Question (1843) the concept of permanent revolution indicated the uninterrupted character of the social and political change in Germany. Inspired in the political and social changes which occurred in France between 1789 and 1793, this concept tried to deal with a situation in which, contrarily to what which inspired it, the political emancipation, to be accomplished, should be preceded by the social emancipation. The relationship between democracy and revolution, underlying this issue, will attract Marx and Engels’ attention in the years prior to the 1848 and 1849 revolutions in Europe. Based on these experiences, Marx will resume, in 1851, the idea of permanent revolution, trying by means of this concept, to describe the relationship between the democratic and social revolution in the process of social transformation. The aim of this paper is to debate the process of building a Marxian critique of democracy and the place of the concept of permanent revolution within this critique.

Keywords: 1. Democracy; 2. Revolution; 3. Permanent revolution