Edição 24 COMPLETA

 Caros/as leitores/as,

apresentamos a Outubro número 24. Nesta edição, combinamos pesquisas históricas e teóricas, nacionais e internacionais. Em todas elas aparece em alguma medida a reflexão sobre os limites da sociedade capitalista e as dificuldades da elaboração de uma alternativa radicalmente popular sólida e de longo prazo.

Peter Thomas e Sabrina Areco discutem as marxistas no contexto da Primeira Guerra Mundial. Thomas discute as teorias da revolução e Gramsci e Trotsky neste período, propondo uma comparação entre revolução passiva e revolução permanente. Areco discute as interpretações de Gramsci sobre o jacobinismo francês, retomadas no contexto da nova revolução que se desdobra na Rússia. Em seguida, Andrew Kliman discute a recessão econômica promovida pela crise internacional de 2008 e sua interpretação a partir da teoria da crise de Marx.

Massimo Modonesi e Fabio Santos apresentam dois artigos importantes para contextualizar os conflitos sociais vividos em outros países da América Latina. Modonesi apresenta os desdobramento da pesquisa que tem levado a cabo no México sobre a crise da esquerda no país e seus dilemas no contexto do sequestro e assassinato de 43 jovens estudantes secundaristas. Fabio Santos discute os conflitos sociais da Colômbia atual, resgatando o caráter reacionário dos governos neoliberais, bem como a perseguição aos ativistas e militarização do país em nome do “combate ao narcotráfico”.

Frederico Firmiano e Gustavo Mello compõem o bloco de artigos sobre a realidade brasileira. Firmiano discute o neoliberalismo e neodesenvolvimento brasileiro em uma leitura crítica das posições de Emir Sader. Mello propõe um balanço da atuação dos movimentos sociais de trabalhadores do campo nos últimos anos, discutindo os problemas políticos da “questão agrária” brasileira.

Não deixe de conferir, ao final, as resenhas publicadas nesta edição.

Boa leitura.

ACESSE AQUI O PDF DA APRESENTAÇĀO

Sumário

Outubro, n. 24, nov. 2015

Artigos

A Primeira Guerra Mundial e as teorias marxistas da revolução

Peter Thomas

Brunel University (Inglaterra)

Antonio Gramsci e Albert Mathiez: jacobinos e jacobinismo nos anos de guerra

Sabrina Areco

Universidade Estadual de Campinas

A Grande Recessão e a teoria da crise de Marx

Andrew Kliman

Pace University (Estados Unidos)

Depois de Ayotzinapa: as esquerdas mexicanas entre a subalternidade e o antagonismo

Massimo Modonesi

Universidad Nacional Autónoma de México

Violência na Colômbia em perspectiva histórica

Fabio Santos

Universidade Federal de São Paulo

Wahlverwandtschaft: pós-neoliberalismo e neodesenvovimentismo no Brasil

Frederico Firmiano

A “Questão Agrária” e a “Assimilação” de Movimentos Sociais Rurais ao Estado

Gustavo Mello

 Universidade do Estado de Minas Gerais

Resenhas

GALASTRI, L. Gramsci, Marxismo e Revisionismo. Campinas: Autores Associados, 2015.

Por Anita Helena Schlesener

MARTUSCELLI, D. Crises Políticas e capitalismo neoliberal no Brasil. Curitiba: CRV, 2015.

Por Anderson Tavares

ABRAMO, F.; KAREPOVS, D.(orgs.). Na contracorrente da história: documentos do trotskismo brasileiro 1930-1940. 2ºed. São Paulo: Sundermann, 2015.

Por Ramsés Eduardo Pinheiro

MIGUEL, L. F.; BIROLLI, F. Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

Por Karen Capelesso

RAPONE, L. O jovem Gramsci: cinco anos que parecem séculos. 1914-1919. Rio de Janeiro: Contraponto; Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, 2014.

Por Daniela Mussi

 

Sumary

Articles

The First World War and Marxist Theories of Revolution

Peter Thomas

Antonio Gramsci and Albert Mathiez: Jacobin and Jacobinism during the First World War

Sabrina Areco

The Great Recession and Marx’s Crisis Theory

Andrew Kliman

After Ayotzinapa: the Mexican left between subalternity and antagonism

Massimo Modonesi

Violence in Colombia in historical perspective

Fabio Santos

Wahlverwandtschaft: post-neoliberalism and new-developmentism in Brazil

Frederico Firmiano

The “Agrarian Question” and the state “assimilation” of the rural social movements in Brazil

Gustavo Mello

Reviews

GALASTRI, L. Gramsci, Marxismo e Revisionismo. Campinas: Autores Associados, 2015.

By Anita Helena Schlesener

MARTUSCELLI, D. Crises Políticas e capitalismo neoliberal no Brasil. Curitiba: CRV, 2015.

By Anderson Tavares

ABRAMO, F.; KAREPOVS, D.(orgs.). Na contracorrente da história: documentos do trotskismo brasileiro 1930-1940. 2ºed. São Paulo: Sundermann, 2015.

By Ramsés Eduardo Pinheiro

MIGUEL, L. F.; BIROLLI, F. Feminismo e política: uma introdução. São Paulo: Boitempo, 2014.

By Karen Capelesso

RAPONE, L. O jovem Gramsci: cinco anos que parecem séculos. 1914-1919. Rio de Janeiro: Contraponto; Brasília: Fundação Astrogildo Pereira, 2014.

By Daniela Mussi

 

 

A Primeira Guerra Mundial e as teorias marxistas da revolução


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: O artigo examina o pensamento político e estratégico de duas figuras marxistas chave do período entreguerras, Leon Trotsky e Antonio Gramsci. Para tal, explora como estes dois pensadores formularam novos desdobramentos teóricos no marxismo durante o período entreguerras, com suas respectivas teorias de revolução permanente e revolução passiva. Além disso, lança questões para entender como essas teorias foram recepcionadas no pensamento marxista ao longo do século XX e sua atualidade.

Palavras-chave: 1. Antonio Gramsci; 2. Leon Trotsky; 3. Revolução

 

The First World War and Marxist Theories of Revolution

Abstract: The article examines the political and strategic thinking in two key Marxist figures of the interwar period, Leon Trotsky and Antonio Gramsci. For explores how these two intellectuals have formulated their theories of permanent revolution and passive revolution. Finally, proposes questions to understand how these theories were interpreted in the Marxist tradition throughout the twentieth century and their actual relevance.

Keywords: 1. Antonio Gramsci; 2. Leon Trotsky, 3. Revolution

Antonio Gramsci e Albert Mathiez: jacobinos e jacobinismo nos anos de guerra


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: Nos Quaderni del carcere, Antonio Gramsci tratou dos jacobinos e do jacobinismo aproximando-os de temas fulcrais como partido e hegemonia. Sua análise do grupo político e da Revolução Francesa dialogou com o historiador francês Albert Mathiez, que contribuiu com uma mudança decisiva: do anti-jacobinismo radical afirmado em seus primeiros anos na imprensa socialista, Gramsci passou a uma leitura que reconhecia a eficácia e o realismo da atuação jacobina e a possibilidade desta contribuir para a reflexão sobre a estratégia socialista. Este artigo reconstrói a interlocução de Gramsci com os estudos históricos de Mathiez ocorrida no ocaso da I Guerra e quando o francês ocupava um espaço importante nos meios intelectuais italiano e francês. A aproximação demonstra também a atenção de Gramsci aos debates acadêmicos do começo do século XX acerca da nova historiografia francesa sobre a Revolução, que tinha em Mathiez um nome central.

Palavras-chave: 1. Antonio Gramsci; 2. Albert Mathiez; 3. Jacobinismo

Antonio Gramsci and Albert Mathiez: jacobin and jacobinism during the war

Abstract: IIn his work, Quaderni del Carcere [Prison notebooks], Antonio Gramsci discussed the Jacobins and Jacobinism bringing them closer to center issues as political parties and hegemony.His analysis of the political group and of the French Revolution proposed a dialog with the work of the French historian, Albert Mathiez, who contributed with a decisive change: from Gramsci’s early anti-Jacobin articles to his recognition of the effectiveness and pragmatism of the Jacobin political action and their contribution to the socialist strategy. The present article reconstructs the interlocution of Gramsci’s writings with the historical studies that Mathiez developed and introduced in both French and Italian intellectual circles at the end of the First World War. It also demonstrates the importance of Gramsci’s attention to the academic debates around Mathiez and the emergence of a new historiography of the French Revolution.

Keywords: 1. Antonio Gramsci; 2. Albert Mathiez; 3. Jacobinism

A Grande Recessão e a teoria da crise de Marx


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: Para auxiliar a compreensão das causas da grande recessão, este artigo concentra-se nas suas causas subjacentes e emprega a teoria das crises econômicas capitalistas de Karl Marx. Mostra-se que as taxas de retorno dos investimentos em ativos fixos das corporações estadunidenses caíram durante o meio século que precedeu a recessão, e que esta queda responde por todo o declínio em sua taxa de acumulação de capital (investimento produtivo). A desaceleração do investimento conduziu a um declínio na taxa de crescimento, que foi uma causa fundamental principal da elevação do endividamento, em conjunto com as políticas fiscais e monetárias de estímulo que adiaram, mas exacerbaram os efeitos dos problemas econômicos fundamentais. O artigo também refuta a alegação de que a taxa de lucro não poderia realmente ter caído em face da maciça redistribuição de renda dos salários para os lucros que teria ocorrido, além de argumentar que é improvável que as grandes crises do capitalismo possam ser eliminadas.

Palavras-chave: 1. Crise econômica; 2. Teoria Marxista; 3. Karl Marx

The Great Recession and Marx’s Crisis Theory

Abstract: To help understand why the Great Recession occurred, this article focuses on its underlying causes and employs Karl Marx’s theory of capitalist economic crisis. It shows that U.S. corporations’ rate of return on fixed asset investment fell throughout the half-century preceding the recession, and that this fall accounts for the entire decline in their rate of capital accumulation (productive investment). The investment slowdown led to a decline in the rate of economic growth, which was a main cause of rising debt burdens, as were stimulative fiscal and monetary policies that delayed but exacerbated the effects of the underlying economic problems. The article also refutes the claim that the rate of profit could not really have fallen because massive redistribution of income from wages to profits took place, and it argues that it is unlikely that major crises of capitalism can be eliminated.

Keywords: 1. Economic crisis; 2. Marxist theory; 3.Karl Marx

Depois de Ayotzinapa: as esquerdas mexicanas entre a subalternidade e o antagonismo


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: Este artigo está composto por quatro partes. Na primeira são reconstruídas e analisadas as raízes e passagens históricos da crise na esquerda no México. Posteriormente se destacam os principais traços da específica crise do Partido de la Revolución Democrática (PRD). Na terceira parte, avalia o impacto do movimento de protesto contra o desaparecimento forçoso dos 43 estudantes de Ayotzinapa para concluir com algumas reflexões sobre seus limites e as inércias conservadoras no contexto das recentes eleições legislativas.

Palavras-chaves: 1. Movimentos sociais; 2. Partidos de esquerda; 3. México

After Ayotzinapa: the Mexican left between subalternity and antagonism

Abstract: This article consists of four parts. The first part analyses and reconstructs the roots and historical passages of the crisis of the Mexican left followed by the second part highlighting the key features of the crisis of the institutional Party of the Democratic Revolution (PRD). The third part evaluates the impact of the nationwide social movement that protested against the kidnapping and murder of 43 students from Ayotzinapa Teachers College in 2014 and discussing some final considerations over its limits and the conservative inertia in the context of the recent legislative elections.

Keywords: 1. Social movements; 2. Left parties; 3. Mexico

Violência na Colômbia em perspectiva histórica


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: O objetivo deste artigo é situar em perspectiva histórica a violência que caracteriza o padrão de luta de classes na Colômbia contemporânea, com o propósito de compreender os dilemas enfrentados pelo processo de paz iniciado em 2012 entre o governo de Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), em Havana. Minha hipótese é que a análise do caso colombiano explicita de maneira paradoxal os constrangimentos à mudança democrática na América Latina, evidenciando o caráter antinacional, antidemocrático e antipopular das classes dominantes no continente. Sintetizado pela disjuntiva entre prolongar a luta armada sujeitando toda a oposição à criminalização, ou depor as armas expondo-se ao extermínio, o dilema colombiano explicita os entraves à via burguesa para a formação da nação. Nesta realidade, o debate entre reforma ou revolução redunda em uma disjuntiva entre contrarrevolução permanente ou nação.

Palavras-chave: 1. Colômbia; 2. Processo de Paz; 3. Contrarrevolução

Violence in Colombia in historical perspective

Abstract: The purpose of this article is to situate in historical perspective the violence that singles out the pattern of class struggle in contemporary Colombia, intending to understand the dilemmas faced by the peace process started in 2012 between Juan Manuel Santos’ government and the FARC in Havana. My hypothesis is that the Colombian case reveals in an extreme way the constraints to democratic change in Latin America, making explicit the anti-national, anti-democratic and anti-popular character of the ruling classes in the continent. Summed up by the disjunctive between prolonging the armed struggle exposing every opposition to state criminalization, or lay down arms exposing itself to extermination, the Colombian dilemma makes explicit the obstacles to a bourgeois path of the nation building process. In this reality, the debate between reform and revolution results in a disjunctive between permanent counter-revolution and the nation.

Keywords: 1. Colombia; 2. Peace processes; 3. Counter-revolution

Wahlverwandtschaft: pós-neoliberalismo e neodesenvovimentismo no Brasil


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: Neste artigo pretendemos refletir sobre as afinidades eletivas entre o pós-neoliberalismo e o neodesenvolvimentismo, investigando algumas de suas bases políticas, econômicas e sociais a partir da experiência brasileira recente. A Wahlverwandtschaft empregada aqui como uma mediação para, em primeiro lugar, identificarmos a convergência ativa entre ambas as ideologias; em segundo lugar, e por decorrência, a fim de analisarmos em que medida elas tendem à ordem social presente, produzindo e reproduzindo contradições insuperáveis.

Palavras-chave:1. Afinidades eletivas; 2. Pós-neoliberalismo; 3. neodesenvolvimentismo.

 

Wahlverwandtschaft: post-neoliberalism and new-developmentism in Brazil

Abstract: In this article we intend to discuss on the elective affinities between post-neoliberalism and new-developmentism, investigating some of their political bases, economic and social from the recent Brazilian experience. The Wahlverwandtschaft is used here as a mediation to firstly, identify the active convergence between the two ideologies; secondly, and consequently, in order to analyze to what level they tend to present social order, producing and reproducing insurmountable contradictions.

Keywords: 1. Electiveaffinities; 2. Post-neoliberalism; 3. New-developmentism.

A “Questão Agrária” e a “Assimilação” de Movimentos Sociais Rurais ao Estado


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE AQUI O PDF

Resumo: Neste artigo, procuramos analisar algumas determinações da questão agrária brasileira contemporânea, à luz do processo global de acumulação de capital, o que inclui a identificação de certos antagonismos sociais que lhe são inerentes. Na sequência, tendo em vista a trajetória recente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, pretendemos apreender as principais características daquilo que designamos por um “ciclo de assimilação” das lutas sociais rurais ao Estado.

Palavras-chave: 1. Questão agrária contemporânea; 2. Acumulação de capital; 3. MST

The “Agrarian Question” and the state “assimilation” of the Rural Social Movements in Brazil

Abstract: This article seeks to analyze some determinations of Brazilian contemporary agrarian question, in the light of the capital’s global process of accumulation, which includes the identification of certain of its inherent social antagonisms. On the sequence, according to the recent trajectory of the Landless Rural Workers Movement, the article tries to grasp the main characters of what is designated here by “assimilation cycle” of the agrarian social struggles to the State.

Keywords: 1. Contemporary agrarian question; 2. Capital accumulation; 3. MST.

EDIÇÃO 11

Esta edição da revista Outubro tem uma pauta diversificada. Para os interessados nos recentes desenvolvimentos políticos e econômicos do capitalismo contemporâneo, os artigos de Gilbert Achcar, sobre a política estadunidense no oriente Médio, e de Luciano Vasapollo sobre a pobreza na União Européia são de grande interesse. A estréia de Achacar em nossas páginas merece uma apresentação especial. Viveu no Líbano antes de mudar-se para a França onde leciona Política e Relações Internacionais na Universidade de Paris VIII. Embora até o momento seus livros não tenham sido publicados no Brasil, Achcar tem contribuído de modo decisivo para o debate sobre a Nova Ordem Mundial É autor de Le choc des barbaries (Complexe, 2002, publicado também em inglês pela Monthly Press) e de L’Orient incandescent : L’islam, l’Afghanistan, la Palestine (Page Deux, 2003).

Os artigos de Eleutério Prado abordando a teoria social de André Gorz e de Flávio Bezerra de Farias, mapeando o debate sobre o Estado globalizado constituem vigorosas críticas ao pós-marxismo contemporâneo. Acompanhar esse debate tem sido uma das preocupações do Conselho Editorial de nossa revista e a publicação desses artigos reitera, mais uma vez, a disposição de articular a análise rigorosa e a crítica qualificada.

A obra de Marx é objeto de artigo de Daniel Romero discutindo a pré-história da teoria da subsunção do trabalho. Trabalhando com um conjunto de textos anteriores a O capital, o autor ressalta a necessidade de fazer história do conceito reconstruindo a trajetória teórica de Marx e de Engels. Por último, todos aqueles interessados na história das revoluções têm no artigo de Valério Arcary sobre a revolução portuguesa bons motivos de satisfação. Membro de nosso Conselho Editorial, Arcary participou diretamente dos acontecimentos de 1975 e faz aqui um exercício de “historiografia participante” digno de nota.

Nos últimos dois anos, a revista Outubro vem realizando esforços no sentido de incrementar a qualidade editorial da revista e ampliar sua circulação nacional e internacionalmente. Foi com esse intuito que fizemos a reforma gráfica da revista, adaptando-a às exigências das bases de indexação de publicações acadêmicas. Esse esforço vem produzindo importantes resultados. A revista foi recentemente incorporada ao Portal de Periódicos Capes (www.periodicos.capes.gov.br) e a partir deste número Outubro passa a ser indexada, também, por International Bibliography of Social Sciences mantida pela London School of Economics and Political Science. Também merece ser destacado o acordo de colaboração feito entre a nossa revista e a revista inglesa Historical Materialism, cujo anúncio já pode ser visto nas páginas deste número. São razões adicionais para desejar todos uma boa leitura.

Índice

Apresentação

 

A estratégia imperialista dos Estados Unidos no Oriente Médio

Gilbert Achcar (Université Paris VIII, França)

 

Pobreza típica… de trabalho atípico

Luciano Vasapollo (Università di Roma “La Sapienza”, Itália)

 

Uma crítica à economia política do imaterial

Eleutério F. S. Prado (USP)

 

25 de abril, a revolução portuguesa faz trinta anos. Quando o futuro era agora

Valério Arcary (Cefet-SP)

 

Utopias pós-marxistas ocidentais sobre o Estado globalizado

Flávio Farias (UFMA)

 

Marx e os escafandristas. A pré-história do conceito de subsunção do trabalho ao capital

Daniel Romero (Unicamp)

 

Resenhas:

Luiz Bernardo Pericás. Che Guevara e debate econômico em Cuba. São Paulo: Xamã, 2004, por Gustavo Moura de C. Mello

Silvia Miskulin. Cultura ilhada. São Paulo: Xamã, 2003, por Ival de Assis Cripa

Paula Regina Pereira Marcelino. A logística da precarização: terceirização do trabalho na Honda do Brasil. São Paulo: Expressão Popular/Sind. dos Metalúrgicos de Campinas e Região, 2004, por Geraldo Augusto Pinto

Ricardo Antunes e Maria Moraes Silva (orgs.). O Avesso do Trabalho. São Paulo, Expressão Popular, 2004, pp. XXX, Coleção Trabalho e Emancipação, por Sávio Cavalcante.

Referência: Revista Outubro, n. 11, 2004.

EDIÇÃO 09

O número nove da revista Outubro vem à luz. Esta edição abre com um artigo de Rémy Herrera, professor da Sorbonne (França) e investigador do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) discutindo a articulação de crises econômicas, político-militares e ideológicas no sistema capitalista mundial. Neste texto, o autor conclui afirmando a necessidade de voltar a debater o socialismo. Analisando a crise em seus múltiplos aspectos está, também, o artigo de Rick Wolff, “A fragilidade do capitalismo norte-americano em 2003”. Agudo crítico do governo dos Estados Unidos, Wolff é está à frente da Association for Economic and Social Analysis e publica a revista Rethinking Marxism uma das revistas de esquerda mais importantes dos Etados Unidos. A crise econômica, apresentada como crise do capital, é foco, por fim, do artigo de Edmilson Carvalho.

Como não poderia deixar de ser, um número considerável de artigos está voltado para a análise de diferentes aspectos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A revista Outubro sempre teve por objetivo inserir-se no combate (e também no debate) político contemporâneo e servir de instrumento para formação teórica do seu público. Não poderia fugir ao tema nem tratá-lo de maneira secundária ou superficial. É com esse objetivo que Roberto Leher analisa criticamente a estratégia da Alca e o posicionamento do novo governo. Marcelo Badaró discute a problemática relação existente entre o governo e os movimentos sociais, enfatizando a posição de subalternidade/cumplicidade da Central Única dos Trabalhadores. Sara Granemann, por sua vez, dá seqüência ao grande número de artigos e intervenções sobre o tema e desmonta os argumentos favoráveis à nova reforma da previdência. O artigo de Flávio Bezerra de Farias discute o governo Lula a partir das transformações do capitalismo contemporâneo e da emergência de um projeto social-liberal.
Nossa tradicional seção de resenhas encerra a revista discutindo os recentes lançamentos de Luciano Martorano, Leandro Konder e de Ruy Braga, membro do Conselho Editorial da revista Outubro.

Estávamos encerrando a edição deste número da revista quando fomos informados da morte do intelectual palestino Edward Said. No Brasil, foi reconhecido por seus estudos na área da cultura, particularmente Orientalismo e Cultura e imperialismo. Mas, foi devido a sua militância política, pelo seu apoio à causa palestina e pela sua denúncia dos acordos de Oslo que a revista Outubro entrou em contato com ele. Waldo Mermelstein, membro de nosso Conselho havia sugerido para publicação um seminal ensaio-denúncia – Palestinians under siege –, que havia pouco fora publicado na London Review of Books. O contato com o professor Said foi rápido e eficaz. Prontamente respondeu a nossa solicitação, autorizando a publicação do artigo, sem custos para a revista. Para Said, romper o cerco dos meios de comunicação e divulgar a luta do povo palestino era um modo e não um meio de vida. Fez apenas dois pedidos: que o artigo fosse acompanhado do ensaio cartográfico do original, revelando a extensão do controle israelense na Cisjordânia, após os acordos de Oslo, e que lhe enviássemos um exemplar da revista com seu artigo. Publicado no número 6 de Outubro, o artigo “Palestinos sob sítio”, é um denúncia implacável da ocupação israelense e referência obrigatória no debate sobre a OLP. A Edward Said dedicamos este número da revista.

Índice

 

Sob o véu da mundialização: crise, imperialismo e guerra

Rémy Herrera (Université Paris I, França)

 

Alca: uma estratégia imperialista no século XXI

Roberto Leher (UFRJ)

 

A crise de exaustão do capital

Edmilson Carvalho (pesquisador independente)

 

A CUT hoje e os dilemas da adesão à ordem

Marcelo Badaró (UFF)

 

A fragilidade do capitalismo estadunidense em 2003

Rick Wolff (University of Massachusetts-Amherst, Estados Unidos)

 

Na direção de uma nova economia: para a crítica ao social-liberalismo brasileiro

Flávio Bezerra de Farias (UFMA)

 

A Reforma da Previdência do governo Lula: argumentos e perspectiva de classe

Sara Granemann (UFF)

 

Resenhas:

Luciano Martorano. Burocracia e os desafios da transição socialista
por Francisco Pereira de Farias

Leandro Konder. A questão da ideologia
por Daniel Romero

Ruy Braga. A nostalgia do fordismo
por Roberto Mosca Jr.

Referência: Revista Outubro, n. 09, 2003.

RESENHAS EDIÇÃO 09


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

Revista Outubro – Edição 9 – Resenha

Luciano Martorano. Burocracia e os desafios da transição socialista
por Francisco Pereira de Farias

Leandro Konder. A questão da ideologia
por Daniel Romero

Ruy Braga. A nostalgia do fordismo
por Roberto Mosca Jr.

Edição 23

Apresentação

A revista chega a seu número 23 reestabelecendo definitivamente sua periodicidade semestral e mantendo a qualidade dos artigos publicados. A publicação desta edição marca ainda uma importante renovação no site da revista (www.outubrorevista.com.br). Além de um visual mais atraente e dinâmico, o novo site traz todas as edições anteriores, reorganiza os artigos publicados tematicamente, integra os conteúdos de maneira mais efetiva com as redes sociais e permite a submissão de artigos e resenhas on-line.

A revista continua fiel a seu propósito de marcar presença no debate internacional de ideias e publica em português importante artigo do professor e ativista grego Panagiotis Sotiris sobre o futuro de seu país depois da vitória eleitoral da coalizão de esquerda Syriza em janeiro de 2015. A seguir, o historiador Bryan D. Palmer reconstrói a trajetória da greve dos caminhoneiros de Minneapolis, responsável pela renovação do sindicalismo nos Estados Unidos nos anos 1930. Cinzia Arruzza, por sua vez, sintetiza em seu artigo o debate sobre o patriarcado e capitalismo entre as feministas nas últimas décadas e procura expor as bases para uma abordagem unitária de inspiração marxista para entender a opressão da mulher.

Os artigos de Eleutério F. S. Prado e Maria Elisa Cevasco trazem importantes contribuições para dois importantes campos disciplinares: a economia política e os estudos culturais.O objetivo de ambos artigos é discutir os problemas enfrentados pelo marxismo nesses dois campos, testar sua capacidade explicativa e apontar linhas a partir das quais a investigação crítica poderia se desenvolver. Encerram a seção de artigos uma crítica ao conceito de novo-desenvolvimentismo, fortemente ancorada em uma leitura da obra de Marx, de autoria e Bianca Imbiriba Bonente e Hugo Figueira Corrêa, e um estudo comparativo, de Deni Ireneu Alfaro Rubbo sobre dois expoentes do marxismo aberto: a polonesa Rosa Luxemburgo e o peruano José Carlos Mariátegui.

A seção de resenhas dá os primeiros passos em sua reformulação que deve ser completada já nas próximas edições: resenhas mais curtas e menos descritivas, convidando à leitura e estimulando à reflexão sobre um número maior de obras. Nesta edição são resenhados livres de David Harvey, Wendy Goldman, Demian Melo, Paulo Cunha e Domenico Losurdo. Fica o convite aos autores para enviarem resenhas. O livro escolhido precisa ter afinidade com a proposta editorial da revista, ter sido publicado no Brasil há menos de dois anos. A resenha deverá conter entre 6.000 e 10.000 caracteres e apresentar a referência completa do livro resenhado.

Boa leitura!

Sumário da revista Outubro n. 23

Artigos

Uma estratégia de rupturas: dez teses sobre o futuro grego
Panagiotis Sotiris
Universidade do Egeu (Grécia)

Caminhoneiros vermelhos: o sindicalismo democrático nos Estados Unidos
Bryan D. Palmer
Trent University (Canadá)

Considerações sobre gênero: reabrindo o debate sobre patriarcado  e/ou capitalismo
Cinzia Arruzza
The New School for Social Research (Estados Unidos)

Economia Política: os descaminhos da crítica
Eleutério Prado
Universidade de São Paulo (USP)

Fim de linha ou aposta na relevância?
Maria Elisa Cevasco
Universidade de São Paulo (USP)

Desenvolvimento sem “ismos”: uma crítica ao novo-desenvolvimentismo a partir dos Grundrisse de Marx
Bianca Imbiriba Bonente e Hugo Figueira Corrêa.
Universidade Federal Fluminense (UFF)

José Carlos Mariátegui e Rosa Luxemburgo
Deni Rubbo
Universidade de São Paulo (USP)

Resenhas

HARVEY, David. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. Trad. de Jeferson Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2014
Por Marco Pestana
Universidade Federal Fluminense (UFF)

GOLDMAN, Wendy. Mulher, estado e revolução. São Paulo: Boitempo; Iskra, 2014.
Por Daniela Mussi
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

MELO, Demian Bezerra de (org.). A miséria da historiografia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro. Editora Consequência, 2014.
Por Wesley Rodrigues de Carvalho
Universidade Federal Fluminense (UFF)

CUNHA, Paulo Ribeiro da. Militares e militância. Uma relação dialeticamente conflituosa. São Paulo: Editora UNESP, 2014.
Por Carlos Zacarias de Sena Júnior
Universidade Federal da Bahia (UFBA)

LOSURDO, Domenico. Stalin: história crítica de uma lenda negra, Rio de Janeiro: Revan, 2010.
Por Rodrigo Passos
Universidade Estadual Paulista (Unesp-Marília)

Uma estratégia de rupturas: dez teses sobre o futuro grego


Deprecated: Function get_magic_quotes_gpc() is deprecated in /var/www/vhosts/outubrorevista.com.br/httpdocs/wp-includes/formatting.php on line 4819

ACESSE O ARTIGO EM PDF

Uma estratégia de rupturas: dez teses sobre o future grego
Resumo: O artigo discute os rumos das organizações de esquerda na Grécia após a histórica vitória da coalizão Syriza, no dia 25 de janeiro de 2015. A partir de uma avaliação sobre a correlação de forças da política grega e das pressões da Troika, o autor indaga o que é necessário ao Syriza para conseguir desenvolver uma alternativa que consiga fazer frente à política de austeridade europeia. É na importância da dialética das demandas imediatas e das mudanças radicais que Sotiris centra seus esforços, mostrando que qualquer vertente da esquerda no poder deve estar diretamente conectada às lutas populares, e não aos compromissos com as classes dominantes.
Palavras-chave: 1. Grécia. 2. Syriza. 3. União Européia.

A Strategy of Ruptures: Ten Theses on Greece’s Future
Abstract: This article discusses the future of leftwing organizations in Greece after the historical victory of Syriza in the elections of January 25th. Based on the evaluation of the correlation of forces in the Greek politics and the pressures from the Troika, the author questions what is necessary for Syriza to develop an alternative capable of confronting European austerity. The importance of the dialectics between immediate demands and the radical changes is in the center of Sotiris’ analyses, showing that any leftwing organization in power should be directly connected to the popular forces and not to any compromises with the ruling classes.
Keywords: 1. Greece. 2. Syriza. 3. European Union