Caminhoneiros vermelhos: o sindicalismo democrático nos Estados Unidos


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Caminhoneiros vermelhos: o sindicalismo democrático nos Estados Unidos
Resumo: Esse artigo analisa as três greves construídas pelos caminhoneiros de Minneapolis em 1934. Enfatizando os laços estabelecidos entre líderes trotskistas, uma ampla base de trabalhadores crescentemente mobilizada e elementos da comunidade, demonstra como foi possível derrotar a poderosa coalizão de burocratas sindicais, patrões e forças estatais, no contexto da Grande Depressão.
Palavras-chave: 1. Greves. 2. Sindicatos. 3. Estados Unidos.

Red Teamsters: the democratic unionism in the United States
Abstract: This article analyses the three strikes waged by the Minneapolis Teamsters in 1934. By emphasizing the bonds established between the Trotskyist leadership and a broad and increasingly mobilized body of rank-and-file workers and community members, it shows how it was possible to defeat the mighty coalition of union bureaucrats, employers and state powers in the Great Depression.
Keywords: 1. Strikes. 2. Unions. 3. United States.

Considerações sobre gênero: reabrindo o debate sobre patriarcado e/ou capitalismo


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Considerações sobre gênero: reabrindo o debate sobre patriarcado e/ou capitalismo
Resumo: Neste artigo procura-se esclarecer os limites de um pensamento fragmentado, que fotografa as várias formas de opressões sem capturar sua unidade intrínseca, reconduzindo, ao contrário, cada parte desta unidade a um sistema autônomo. Além disso, busca criticar uma leitura da relação entre capitalismo e opressão de gênero baseada na tese do “capitalismo indiferente”, a qual considera a opressão de gênero como não necessária do ponto de vista do capital, tratando-se de uma relação meramente oportunista e contingente. Por fim, busca argumentar em defesa de uma “teoria unitária” para pensar a relação entre a opressão das mulheres e o capitalismo, inspirada nas contribuições do pensamento Karl Marx. Esta teoria parte da premissa de que a opressão de gênero não corresponde a um sistema autônomo e dotado de causas próprias, mas que se tornou através de um longo processo histórico de dissolução das precedentes formas de vida social, parte integrante da sociedade capitalista.
Palavras–chave: 1. Gênero. 2. Patriarcado. 3. Capitalismo.

Remarks about gender: reopening the debate about patriarchy and/or capitalism
Abstract: This article tries to clarify the limits of a fragmentary thought that captures the different forms of oppression without considering their intrinsic unity, leading each part of it to an autonomous system. Besides, the text criticizes the interpretation of the relationship between capitalism and gender oppression based on the idea of an “indifferent capitalism”, that considers gender oppression as not needed in Capital’s point of view, being merely an opportunist and contingent relationship. It argues for a unitary theory, inspired in Marx’s contributions, to think the relationship between capitalism and oppression. This theory assumes the idea that gender oppression does not correspond to an autonomous system provided with singular causes, but one that has become part of capitalist society in a long historical process of dissolution of the preceding forms of social life.
Keywords: 1. Gender. 2. Patriarchy. 3. Capitalism

Economia Política: os descaminhos da crítica


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Economia Política: os descaminhos da crítica
Resumo: O artigo toma como bem difícil a correta compreensão da dialética de O capital e, assim, da crítica da Economia Política. Com a intenção de mostrar quão arisca e árdua é essa dificuldade, apoia-se principalmente na tradição brasileira de leitura das obras de Marx que versam especificamente sobre o modo de produção capitalista. E, para melhor expô-la, examina alguns pontos usualmente tomados como dificuldades importantes nos debates. Para fazê-lo, questiona certas teses de autores marxistas renomados que versam – sustenta-se que se equivocam – sobre o método desse autor.
Palavras chaves: 1. Método dialético. 2. Capitalismo. 3. Karl Marx.

Political Economy: when the critique goes astray
Abstract: This article considers the correct understanding of the dialectics found in The Capital and, thus, of the critique of Political Economy, as a very difficult endeavor. In order to show how elusive and hard is this effort, the paper mainly draws from the Brazilian tradition of reading the works of Marx that specifically deal with the capitalist mode of production. With this intention, it examines some methodological points usually taken as crucial difficulties in the debates. In order to do this, it questions certain theses of renowned Marxist authors that deal with this author’s method and argues that they are wrong.
Keywords: 1. Dialectic method. 2. Capitalism. 3. Karl Marx.

Estudos culturais: fim de linha ou aposta na relevância?


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Estudos culturais: fim da linha ou aposta na relevância?
Resumo: Este trabalho apresenta um breve exame da história da formação da disciplina de estudos culturais interrogando-se a respeito de sua relevância para o século XXI. Em seu momento inicial, na Grã-Bretanha dos anos 1950, no qual se destacou o trabalho de Raymond Williams, o modo de abordagem dos fenômenos culturais levava em conta a necessidade de se pensar a cultura e a sociedade como manifestações de um modo de vida. A crítica cultural era, assim uma forma de conhecimento e interpretação de uma realidade sócio-histórica. Essa perspectiva entrou em declínio nos anos 1990, quando expoentes dos estudos culturais passaram a acompanhar o ritmo pós-moderno afirmando a impossibilidade de qualquer interpretação ou tomada de posição em um mundo no qual predominaria o contingente e indeterminado. As obras de Michael Denning e Frederic Jameson aparecem como uma alternativa a essa guinada pós-moderna. Enquanto o primeiro incita a penar uma teoria da cultura como trabalho e produção, o segundo insiste na ideia de que as formas dos produtos da cultura de massa são um lugar privilegiado para observar o modo de produção capitalista, ao mesmo tempo que enfatiza a necessidade da Utopia e de seu potencial revolucionário.
Palavras- chave: 1. Estudos Culturais. 2. Pós-modernismo. 3. Capitalismo.

Cultural studies: end of line or betting on relevance?
Abstract: This article presents a brief assessment of the history of the formation of cultural studies as a discipline, questioning its relevance for the 21st century. In its beginning, in the Great Britain of 1950’s, when Raymond Willians’ work stood out, the method of study of the cultural phenomena took into account the necessity of thinking culture and society as manifestations of a way of life. The cultural critique was, therefore, a way of knowledge and interpretation of a socio-historical reality. This perspective declined in the 1990s, when the exponents of the cultural studies started to follow a post-modern rhythm sustaining the impossibility of any interpretation or assuming any position in a world where contingency and indetermination prevailed. The work of Michael Denning and Frederic Jameson became an alternative to this post-modern turn. While the former incites the thinking of a theory of culture as labor and production, the later insists on the idea that the forms of mass culture are a privileged place to observe the capitalist mode of production, at the same time that he emphasizes the need of Utopia and its revolutionary potential.
Keywords: 1. Cultural Studies. 2. Post-modernism. 3. Capitalism.

Desenvolvimento sem “ismos”: uma crítica ao novo-desenvolvimentismo a partir dos Grundrisse de Marx


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Desenvolvimento sem “ismos”: uma crítica ao novo-desenvolvimentismo a partir dos Grundrisse de Marx
Resumo: O artigo tem por finalidade inspecionar criticamente o movimento (teórico/político) que vem se definindo como “novo-desenvolvimentista”. Surgido no rescaldo do fracasso do neoliberalismo na América Latina, o novo-desenvolvimentismo pretende constituir uma “alternativa aos males do capitalismo” por meio de uma atividade estatal capaz de se conjugar harmonicamente com mercados “fortes” – isso é, definidores do norte da vida social. Apesar do apoio encontrado por essa visão mesmo em setores da sociedade tradicionalmente associados à esquerda, pretendemos aqui chamar atenção para a necessidade da crítica radical, nos valendo para isso das indicações deixadas por Marx em seus esboços da crítica à Economia Política. Palavras-chave: 1. Desenvolvimentismo. 2. Novo desenvolvimentismo. 3. Crítica da Economia Política.

Development without “isms”: a critique to the neo-developmentalism, based on Marx’s Grundrisse
Abstract: This article aims to critically inspect the (theoretical/political) movement self-called as “neo developmentalism”. Appearing in the aftermath of neoliberalism’s failure in Latin America, neo-developmentalism argues for an ‘alternative to capitalism evils’ by means of a state activity capable of harmonically connecting with ‘strong’ markets – i.e., markets that define the sense of social life. Although this perspective had found support among sectors of society traditionally associated with the left, our goal is to point to the need of a radical critique, and for that we used the indications left by Marx in his Grundrisse.
Keywords: 1. Developmentalism. 2. Neo Developmentalism. 3. Critique of Political Economy.

José Carlos Mariátegui e Rosa Luxemburgo


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José Carlos Mariátegui e Rosa Luxemburgo
Resumo: Embora José Carlos Mariátegui mencione em poucos momentos o nome de Rosa Luxemburgo, é possível flagrar um vivo interesse do pensador peruano a respeito da obra e vida da marxista. O objetivo principal deste artigo é apresentar e analisar, de maneira necessariamente exploratória, em quais momentos se faz presente a apropriação de Rosa e sua importância no pensamento de Mariátegui. Podemos vislumbrar esse percurso em dois momentos: 1) na análise política que leva a cabo sobre a Revolução Alemã e o lugar que a judia polonesa ocupa nessa explicação; e 2) na comparação ético-política entre a mística dos revolucionários e de religiosos cristãos do passado, como Teresa D’Ávila. Somado a isso, ambos demarcam uma análise similar sobre vários aspectos da socialdemocracia e do marxismo positivista da Segunda Internacional, caracterizados por uma concepção fechada, rígida, mecânica do marxismo, o que é motivo de rechaço por ambos os pensadores, signatários de um marxismo “aberto”.
Palavras-chave: 1. José Carlos Mariátegui. 2. Rosa Luxemburgo. 3. Revolução Alemã. 4. Marxismo aberto.

José Carlos Mariátegui and Rosa Luxemburgo
Abstract: Although José Carlos Mariátegui mentions Rosa Luxemburg in few moments of his own work it is possible to discover a vivid interest of the Peruvian thinker regarding both her life and work. The major aim of this article is to present and analyze, in a necessarily exploratory way, in which moments occurs his appropriation of Rosa’s thought and its specific importance in Mariátegui’s thought. It is possible to discern this course in two moments: 1) in the analysis he made concerning the German Revolution and the place occupied by that Polish Jew in this explanation and 2) in the ethical-political comparison between the mystique of the revolutionaries and that of the ancient Christians religious people, such as Teresa D’Ávila. Besides, both have a similar analysis about several aspects of social-democracy and the positivist Marxism of the Second International, characterized by an enclosed, rigid and mechanical concept of Marxism, which is the reason for rejection by the two thinkers, who are signatories of an “open” Marxism.
Keywords: 1. José Carlos Mariátegui. 2. Rosa Luxemburg. 3. German Revolution. 4. Open Marxism.

EDIÇÃO 22 COMPLETA

A edição de número 22 da revista Outubro consolida o compromisso de seus editores de reestabelecer a periodicidade bianual. Além disso, revista está inteira e gratuitamente disponível em formato digital na rede mundial de computadores (www.revistaoutubro.com.br). A decisão de tornar a revista on-line, mantendo sua qualidade editorial e gráfica, tem por objetivo democratizar seu conteúdo e aumentar o número de acessos. Isso sintoniza a Outubro ao crescente público internauta brasileiro e internacional, dentro e fora das Universidades, cada vez mais interessado em formas de fundamentar criticamente suas opiniões políticas, ou mesmo em aprofundar seu conhecimento sobre questões sociais e políticas atuais.

A revista Outubro recebe artigos e resenhas continuamente. Os artigos encaminhados são apreciados em parecer no qual o proponente e parecerista são identificados de modo a incentivar o intercâmbio aberto de ideias. Todas as propostas devem respeitar as normas para os autores previstas no site. A submissão de artigos e resenhas é feita pelo email redacao@revistaoutubro.com.br.

Boa leitura!

 

Sumário

 

“O movimento como um todo”: ondas e crises

Colin Barker (Manchester Metropolitan University, Inglaterra)

 

Precariado e sindicalismo no Sul global

Ruy Braga (USP)

 

Movimentos sociais e Reforma Agrária: um balanço crítico dos governos Lula e Dilma

Marcos Barreira (UERJ)

 

Para compreender a recolonização do Haiti

Franck Séguy (UEH, Haiti)

 

Política e cultura: Antonio Gramsci e os socialistas italianos

Daniela Mussi (Unicamp)

 

Engels e a teoria do bonapartismo

Felipe Demier (UFF)

 

Duas teses sobre Marx e o desenvolvimento: Elementos para uma análise marxiana do desenvolvimento

Patrick Galba de Paula (UFF)

 

Lincoln, Marx e a guerra civil nos Estados Unidos

Alvaro Bianchi (Unicamp)

 

Resenhas

REIS, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo P. Sá (Orgs.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014, por Isabella Duarte Pinto Meucci

MENDONÇA, Carlos Eduardo Rebello de. Trotsky e a Europa Ocidental do entre guerras: marxismo revolucionário, democracia burguesa e luta pela hegemonia. Rio de Janeiro: Gramma; Faperj, 2012, por Maurício Bernardino Gonçalves

VARELA, Raquel. História do Povo na Revolução Portuguesa (1974-75). Lisboa: Bertrand, 2014, por Demian Bezerra de Melo

JENNINGS, Andrew et al. Brasil em jogo: o que fica da Copa e das Olimpíadas. São Paulo: Boitempo: Carta Maior, 2014, por Romulo Costa Mattos

Referência: Revista Outubro, n. 22, novembro 2014.

“O movimento como um todo”: ondas e crises


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Colin Barker

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Resumo: O artigo explora a contribuição do marxismo para pensar o papel político da classe trabalhadora nos conflitos contemporâneos, a partir da derrota que se sucedeu às “ondas de revoltas” dos anos 1970. Para isso, retoma a ideia marxiana de “movimento social em geral”, a partir da qual traça alguns padrões de desenvolvimento nas “ondas” de ascensão e queda que aparecem na história dos movimentos populares. Sob este prisma, investiga os protestos contemporâneos, que explodiram em diversos países a partir do fin al do século XX, contrariando as teorias que afirmam seu caráter isolado e independente.

Palavras – chave: 1. Protestos. 2. Movimentos sociais. 3. Marxismo .

“ The movement as a whole” : waves and crises

Abstract: The article explores the contribution of Marxism to think the political role of the wor king class in the contemporaneous conflicts, since the defeat that occurred after the “waves of re volt” of the years 1970. For this, it resumes the Marxian idea of a “general social movement”, based on wich it delineates some patterns of development in the “waves” of ascension and fall that appear in the history of the popular movements. Under this approach, it investigate s the contemporaneous protests that e rupted in several countries since the end of the 20th centu ry, contrarily to the theories that affirm their isolated and independent character.

Keywords: 1. P rotests . 2. Social movement s . 3. Marxism.

Precariado e sindicalismo no Sul global


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Ruy Braga

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Resumo: O sociólogo britânico Guy Standing notabilizou – se pela ideia segundo a qual o precariado seria uma “nova classe perigosa” produto da deterioração da relação salarial “fordista” resultante do aprofundamento da globalização capitalista. Supostamente, essa nova classe classe em formaç ão teria interesses hostis em relação ao sindicalismo fordista, mais interessado em defender os interesses corporativistas de seus associados do que apresentar soluções críveis às vicissitudes dos jovens trabalhadores em condições precárias de trabalho. Este artigo pretende apresentar uma problematização das posições sustentadas por Standing a respeito da relação entre o comportamento político do precariado e o movimento sindical a partir da análise de dois casos relacionados ao Sul Global: Brasil e Portuga l.

Palavras – chave: 1. Precariado. 2. Sindicalismo. 3. Brasil. 4. Portugal

Precariat and unionism in the global South

Abstract: The British sociologist Guy Standing has stood out for the idea that the precariat would be a “new dangerous class” as a produ ct of the deterioration of the “Fordist” wage relation that arised from the deepening of capitalist globalization. Supposedly, this new class in formation would have hostile interests regarding the Fordist unionism and would be more interested in defending the corporatist interests of its members than to present credible solutions to the vicissitudes of the young laborers under precarious working conditions. This article aims to question Standing’s positions about the relation between the political behavior of the precariat and the trade union movement based on the analysis of two case – studies related to the Global South. Brazil and Portugal.

Keywords: 1. Precariat . 2. Unionism. 3. Brazil. 4. Portugal .

Movimentos sociais e Reforma Agrária: um balanço crítico dos governos Lula e Dilma


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Marcos Barreira

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Resumo: O presente artigo é parte de um estudo mais amplo sobre as transformações recentes nos setores produtivos do campo brasileiro e suas consequências sociais e ecológicas. Além de elencar as modificações da estrutura agrária, faz – se um balanço das políticas de reforma agrária dos governos Lula da Silva (2003 – 2010) e Dilma Rousseff (2011 – 2014), analisando a reação dos movimentos populares, especialmente o Movimento Sem Terra (MST), à ofensiva do agronegócio e ao esvaziamento do debate sobre a justiça social no campo.

Palavras – chave: 1. Movimentos sociais; 2. Reforma agrária; 3. agronegócio.

Social Movimets and Agrarian Reform: a critical assessmet

Abstract: This article is part of a more comprehensive study about the recent transformations in the productive sectors of the Brazilian countryside an d its social and ecological consequences. Besides mentioning the changes in the agrarian structure, it assesses the policy of agrarian reform of Lula da Silva (2003 – 2010) and Dilma Rousseff (2011 – 2014) governments and analyzes the reaction of the people’s movements, especially the MST (Landless Workers Movement), towards the offensive of the agribusiness and the increasing lack of content in the discussion on social justice in the countryside

Keywords: 1. Social movements; 2. Agrarian reform; 3. Agribusiness

Para compreender a recolonização do Haiti


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Franck Seguy

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Resumo: A reflexão proposta nas páginas a seguir pretende argumentar a tese de que as políticas internacionais aplicadas nas sociedades onde vigem intervenções estrangeiras, como no caso do Haiti, não podem de modo algum acarretar nem o desenvolvimento, nem a democracia que conclamam, ou mesmo sequer a recuperação da soberania nacional das sociedades em questão. C om efeito, toda a problemática enraíza – se ao redor de um fato comprovado pela história das relações internacionais: na política e nas relações internacionais, a soberania nunca é adquirida uma vez para sempre; ela se merece. E no caso do Haiti, o critério para ter direito ao respeito da comunidade internacional – tratada aqui como Internacional Comunitária – sempre pareceu ser a aptidão à ocidentalização. Assim, para apoiar a nossa tese, a argumentação será desenvolvida em duas partes. A primeira examinará as intervenções estrangeiras realizadas no Haiti durante a sua história e a sua vida de povo, e tentará questionar a concepção de mundo que serve de pano de fundo àquelas intervenções. O segundo estudará a última intervenção da ONU em curso no Haiti desde 2004, e analisará particularmente documentos oficiais recentes que têm proclamado claramente a sua ambição de desenvolvimento do Haiti. Isso deverá permitir captar a essência da liberalização econômica desejada para o Haiti

Palavras – chave: 1. Haiti. 2. Internacional Comunitária . 3 . Intervenção estrangeira. 4 . Zonas Francas .

Understanding recolonization in Haiti

Abstract: The reasoning proposed in the following pages aims to develop the thesis that the international policies applied in societies, such as in Haiti, in which foreign interventions are in force, can not, by any means, lead neither to development nor democracy as they claim to do, not even to the recovery of the national sovereignty of the societies in case. Actually, all the issue is rooted i n a fact demonstrated by the history of international relations: in politics and in international relations, sovereignty is never achieved once and for all; it is always being deserved. And in the case of Haiti, the criterion to have the right being respec ted by the international community – dealt with here as Communitarian International – has always seemed to be the aptitude to Westernization. Thus, in order to support our thesis, the argumentation will be divided in two parts. The first one will examine t he foreign interventions accomplished in Haiti during its history and its life as a people, and will try to question the worldview that underlies those interventions. The second one will study the last intervention of the NU, which has been conducted since 2004, and will particularly analyze recent official documents that have clearly proclaimed their goal of developing Haiti. This will enable to perceive the essence of the economic liberalization aimed at for Haiti

Keywords: 1. Haiti. 2. Communitarian Int ernational. 3. Foreign intervention. 4. Free Zones

Política e cultura: Antonio Gramsci e os socialistas italianos


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Daniela Mussi

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Resumo: O artigo tem por objetivo apresentar três momentos do debate sobre cultura no início do século XX na Itália, no contexto em que Gramsci se aproximou do movimento socialista e que publicou suas primeiras intervenções políticas. Resgata a aproximação com o socialismo e as primeiras intervenções jornalísticas de Gramsci durante a I Guerra Mundial, entre 1914 e 1916, nas quais o tema da cultura adquiriu um papel importante. Evidencia a dívida gramsciana com os argumentos culturalistas de Gaetano Salvemini e Angelo Tasca, mas também seus primeiros esforços por superar a dicotomia entre cultura e política.

Palavras – chave: 1. Antonio Gramsci; 2. Cultura; 3. Política; 4. Marxismo

Politics and culture : Antonio Gramsci and the Italian socialists

Abstract: The article aims to present three moments in the debate on culture in the beginning of the 20th century in Italy, in the context in which Gramsci came near to the socialist movement and published his first political interventions. It rescues Gramsci’s approximation with socialism and his first journalistic interventions during World War I, between 1914 and 1916, in which the issue of culture has assumed an important role. It evidences the Gramscian debt to the culturalist arguments of Gaetano Salvemini and Angelo Tasca, but also his first efforts to overcome the dichotomy between culture and politics and his first approximation with Marxism.

Keywords: 1. Antonio Gramsci; 2. Culture; 3. Politics; 4. Marxism

Engels e a teoria do bonapartismo


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Felipe Demier

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Resumo: O presente artigo tem por objetivo apresentar e discutir as contribuições de Engels para o que chamamos de uma “teoria do bonapartismo ”. Nesse sentido, o texto aborda as mais importantes elaborações do teórico alemão sobre o fenômeno bonapartista, com destaque para suas análises acerca do regime bismarckista, no qual um novo e centralizado aparelho estatal, gozando de autonomia face às classes sociais, dirigiu um acelerado processo de industrialização.

Palavras – chave: 1. Bonapartismo; 2. Friedrich Engels ; 3. Otto von Bismarck

Engels and the theory of Bonapartism

Abstract: This article aims to present and discuss the contributions of E ngels to what we call a “theory of Bonapartism”. In this sense, the text addresses the German theoretician’s most important elaborations on the Bonapartist phenomenon, highlighting his analyses about Bismarck’s regime, in which a new and centralized state apparatus, enjoying autonomy in relation to the social classes, has led an accelerated industrialization process.

Keywords: 1. Bonapartism; 2. Friedrich Engels; 3. Otto von Bismarck

Duas teses sobre Marx e o desenvolvimento: Elementos para uma análise marxiana do desenvolvimento


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Patrick Galba de Paula

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Resumo: Este artigo busca analisar a noção de desenvolvimento presente na obra de Karl Marx partindo de duas das interpretações mais difundidas de sua abordagem do assunto. A primeira é a interpretação que atribui a Marx uma concepção histórico – filosófica do desenvolvimento e de caráter teleológico, em que as distintas formações sociais percorreriam os mesmos estágios, de forma linear e na qual a principal tendência do capitalismo seria o nivelamento dos patamares de desenvolvimento em todo o mundo. A segunda interpretação é a que aponta uma mudança radical do autor e m um momento maduro de sua evolução. Após a comparação de ambas as interpretações com algumas análises de situações concretas, com as teorias da história e da alienação, com os fundamentos da teoria do valor e com o método da crítica à economia política construídos pelo autor, apontam – se as limitações de ambas as interpretações.

Palavras – chave: 1. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. 2. Teoria social marxista. 3. Teoria do valor.

 

Two thesis on Marx and the concept of development

Abstract: This article aims to analyze the concept of development in the work of Karl Marx focusing on two of the most widespread interpretations of his approaches to the subject. The first is the interpretation that attributes to Marx a historical – philosophical concept of devel opment with a teleological character. According to this interpretation, different social formations would evolve linearly trough the same stages and the trend of capitalism would be the leveling of development worldwide. The second interpretation is the on e that points out to a radical change of mind of the author in a mature point in his evolution. After comparing both interpretations with concrete analyses, as well as with the theories of history and alienation, the foundations of the theory of value and the method of the critique of political economy constructed by the author, limitations of both interpretations are pointed out.

Keywords: 1. Development and underdevelopment. 2. Marxist social theory. 3. Labor theory of value.

 

Lincoln, Marx e a guerra civil nos Estados Unidos


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Alvaro Bianchi

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Resumo: Contrariando analises que tendem a mistificar o apoio de Karl Marx ao presidente norte – americano Abraham Lincoln, o presente artigo procura expor o caráter contraditório dessa relação. Para tal analisa o conjunto de escritos de Marx e Friedrich Engels sobre os Estados Unidos. Em uma primeira parte apresenta a visão geral que ambos tinham sobre a guerra civil, o apoio que deram na guerra ao Norte contra os escravocratas do Sul e a defesa de uma segunda revolução, capaz de emancipar trabalhadores escravos e livres. Em uma segunda parte, o artigo discute a opinião desses autores com relação a Lincoln e seu governo, destaca os limites que percebiam nas instituições dos Estados Unidos e a pressão que procuraram exercer no movimento abolicionista e o no próprio presidente em direção à guerra revolucionária

Palavras – chave: 1. Guerra civil norte – americana; 2. Karl Marx . 3. Abraham Lincoln

Lincoln, Marx and the Civil War in America

Abstract: In contrast to the analyses that tend to mystify Karl Marx’s support to the Unites States President Abraham Lincoln, this article attempts to expose the contradictory nature of this relationship . Therefore, it analyzes Marx and Engels’ writings on the United States. In the first part, the article presents the overall view of both authors about the American civil war, th eir support to the Northern combatants against the Southern slaveholders and their proposal of a second revolution that could emancipate slaves and free workers. In the second part, the article discusses Marx and Engels’ opinion regarding Lincoln and his Government, especially the limitations they perceived in the American institutions and the pressure they sought to exert on the abolitionist movement and on the president himself toward a revolutionary war

Keywords: 1. American Civil War; 2. Karl Marx. 3. Abraham Lincoln.

RESENHAS EDIÇÃO 22


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ACESSE AQUI O PDF DAS RESENHAS

REIS, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo P. Sá (Orgs.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014, por Isabella Duarte Pinto Meucci

MENDONÇA, Carlos Eduardo Rebello de. Trotsky e a Europa Ocidental do entre guerras: marxismo revolucionário, democracia burguesa e luta pela hegemonia. Rio de Janeiro: Gramma; Faperj, 2012, por Maurício Bernardino Gonçalves

VARELA, Raquel. História do Povo na Revolução Portuguesa (1974-75). Lisboa: Bertrand, 2014, por Demian Bezerra de Melo

JENNINGS, Andrew et al. Brasil em jogo: o que fica da Copa e das Olimpíadas. São Paulo: Boitempo: Carta Maior, 2014, por Romulo Costa Mattos

EDIÇÃO 21 COMPLETA

A revista Outubro agora é uma publicação on-line

A partir de seu número 21 a revista Outubro será publicada exclusivamente on-line e terá seu acesso gratuito. Essa decisão foi intensamente discutida pelo seu Conselho Editorial. Acreditamos que dessa maneira a revista ganhará agilidade, garantirá sua periodicidade, manterá sua qualidade e ampliará seu público leitor.

Apesar das dificuldades encontradas pelas revistas marxistas no Brasil a revista Outubro soube manter, ao longo de seus já 16 anos de existência, sua independência financeira, política e intelectual. Foi a primeira revista marxista brasileira a publicar suas edições anteriores na internet e a primeira a ser indexada em bases de dados internacionais.

A decisão de tornar a revista on-line é mais um passo nessa trajetória irrequieta e inovadora da revista. Todos estão convidados a divulgar a revista em suas redes sociais.

Sumário

 

Dossiê

 

Mundo material: o mito da economia imaterial

Ursula Huws (University of Hertfordshire, Inglaterra)

 

Proletariado: conceito e polêmicas

Marcel van der Linden (IISH, Holanda)

 

A classe trabalhadora: uma abordagem contemporânea à luz do materialismo histórico

Marcelo Badaró Mattos (UFF)

 

Artigos

 

O movimento grevista pré-revolucionário na Rússia (1912-1916)

Kevin Murphy (University of Massachusetts, Estados Unidos)

 

Movimento operário, cordões industriais e poder popular no Chile

Mariano Vega Jara (Universidad de Santiago, Chile)

 

Remoções de favelas na cidade do Rio de Janeiro: uma história do tempo presente

Romulo Costa Mattos (PUC-RJ)

 

O partido revolucionário e sua degeneração: a crítica de Gramsci a Michels

Renato César Ferreira Fernandes (Unicamp)

 

Fetichismo e fantasmagorias da modernidade capitalista: Walter Benjamin leitor de Marx

Fabio Mascaro Querido (Unicamp)

 

Marxismo, política e religião de um “marxista convicto e confesso”: Michael Löwy leitor de José Carlos Mariátegui

Deni Ireneu Alfaro Rubbo (USP)

 

Resenhas

RIDENTI, Marcelo. Brasilidade revolucionária: um século de cultura e política. São Paulo: Unesp. 2010, por Daniela Vieira dos Santos

SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010, por Camila Massaro de Góes

HOBSBAWM, Eric. Como mudar o mundo: Marx e o marxismo, 1840-2011. De São Paulo: Companhia das Letras, 2011, por Rodrigo Duarte Fernandes dos Passos e Diana Patricia Ferreira de Santana

Referência: Revista Outubro, n. 21, julho de 2014.

Proletariado: conceito e polêmicas


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Resumo: O  artigo  aborda  de  modo  crítico  em  face  da  história  os  conceitos marxianos  de  proletariado  e  lumpen proletariado.  Buscando  estabelecer  nexos  com  a  propriedade,  a  propriedade  da  força  de  trabalho,  a  escravidão,  a taxa  de  lucro,  o  capitalfixo  e  variável,  as  relações  de  trabalho,  a  criação  dovalor e da mais-valia, além da reflexão marxiana sobre outras classes sociais, otexto aponta possibilidades analíticas e lacunas conceituais que foram legadas pela teoria de Marx sobre tais temas.

Palavras-chave:1. Proletariado; 2. Lumpen proletariado; 3. Karl Marx

 

Proletariat

Abstract: The  article  discusses  critically  in  the  light  of  history  the  Marxian concepts  of  proletariat  and  lumpen proletariat.  Seeking  to  establish  linkages with property, ownership of labor power, slavery, rate of profit,fixed and variable capital, labour relations, the creation of value and surplus value as well as  well  as  the  Marxist  reflection  on  other  social  classes,  the  text  points  out to analytical possibilities and conceptual gaps that form the legacy of Marx’s theory on these issues.

Keywords: 1. Proletariat; 2, Lumpen proletariat; 3. Karl Marx

A classe trabalhadora: uma abordagem contemporânea à luz do materialismo histórico


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Resumo: Este artigo explora as recentes tentativas de apresentar um conceito ampliado  de  classe  trabalhadora,  a fim  de  responder  tanto  à  recente  configuração  das  relações  de  trabalho  no  capitalismo  contemporâneo,  quanto  às formas  históricas  de  exploração  envolvidas  no  processo  de  acumulação  de capital. Combinando dados de pesquisa histórica e discussão historiográfica, o principal argumento do artigo é que a necessária ampliação do conceito de classe trabalhadora é compatível com as discussões de Marx e Engels, assim como com a melhor tradição do materialismo histórico do século XX.

Palavras-chave: 1. Classe trabalhadora; 2. Marxismo; 3. Historiografia

 

The working class: a contemporary approach under the light of historical materialism

Abstract: This paper explores the recent attempts to present an enlarged concept  of  the  working  class,  in  order  to  answer  both  to  the  recent  configuration  of  labor  relations  in  contemporary  capitalism  and  the  historical  forms of  exploitation  involved  in  the  process  of  capital  accumulation.  Combining historical research data and historiographical discussion, the main argument of this paper is that the necessary enlargement of the concept of the working class  is  compatible  with  Marx’s  and  Engels’s  discussions,  as  well  as  with  the best tradition of historical materialism in the twentieth century.

Keywords: 1. Working class; 2. Marxism; 3. Historiography